O presidente do Partido Social-Democrata (SPD, na sigla em alemão) Martin Schulz comunicou nesta sexta-feira que não tomará parte no novo governo da chanceler Angela Merkel na Alemanha. Até então, esperava-se que Schulz assumisse o Ministério das Relações Exteriores.
Schulz afirmou que tomou a decisão “para acabar com o debate por postos dentro do partido”. “Nós trabalharemos em políticas para as pessoas desse país”, enfatizou Schulz. “Isso significa que minhas ambições pessoais têm de ficar abaixo dos interesses do partido.”
O anúncio sugere que há instabilidade dentro de um dos partidos que devem integrar a coalizão com Merkel, fechada na quarta-feira. Os membros do SPD ainda devem votar e aprovar coalizão, num referendo que pode se mostrar difícil, diante das incertezas no comando da sigla.
Os sociais-democratas haviam anunciado na quarta-feira que Schulz iria propor entregar o comando do partido à líder da sigla no Parlamento, Andrea Nahles, enquanto ele assumiria a chancelaria. O plano, contudo, parece ter sido suspenso após o anúncio desta sexta.
Ex-ministro das Relações Exteriores e membro do SPD, Sigmar Gabriel havia ficado de fora dos planos no novo governo. Ainda não há, contudo, especulações sobre um substituto para Schulz.
Gabriel criticou a atitude do colega. “É lamentável comprovar até que ponto se perdeu o respeito entre nós, os sociais-democratas, e como a palavra dada vale pouco”, afirmou, em declarações à rádio Funke.
Schulz comandou o SPD nas eleições de setembro, após ter ocupado o posto de presidente do Parlamento Europeu em Bruxelas. No comando dele, porém, o partido teve seu pior desempenho desde o fim da Segunda Guerra.