Líder dos talibãs reitera pedido para que EUA se disponham a negociar
No primeiro dia do cessar-fogo unilateral anunciado pelo governo afegão, o mulá Haibatullah reivindicou que as forças americanas deixem o Afeganistão
O líder dos talibãs no Afeganistão, o mulá Haibatullah, reiterou nesta terça-feira 12 seu pedido aos Estados Unidos para sentar-se à mesa de negociação e advertiu, mais uma vez, da necessidade de terminar com a invasão americana, no primeiro dia do cessar-fogo unilateral anunciado pelo governo afegão.
“Se os oficiais americanos realmente acreditam em um fim pacífico para o problema afegão, então devem se apresentar diretamente na mesa de negociação para que esta tragédia (…) possa ser resolvida através do diálogo”, declarou Haibatullah em sua habitual mensagem pela ocasião do fim do Ramadã.
No texto, divulgado no site do grupo insurgente, o líder talibã insistiu nas suas frequentes reivindicações: que as forças dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deixem o país e que se estabeleça um governo “independente, islâmico e interno afegão”.
“Nossa jihad começou com este mesmo propósito e em conjunto com nossa jihad armada deixamos abertas as portas do entendimento e das negociações para alcançar este objetivo”, disse Haibatullah.
Para essas negociações, os talibãs abriram seu escritório político em Doha, no Catar, disse o líder insurgente, ao insistir que este é o único meio pelo qual iniciaria as conversas.
No último dia 7, o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, anunciou o primeiro cessar-fogo parcial em dezessete anos, por ocasião do fim do mês sagrado do Ramadã, suspendendo as operações contra os talibãs, mas não contra outras forças.
O comandante-em-chefe das forças da Otan e dos Estados Unidos no Afeganistão, general John Nicholson, afirmou que as tropas americanas respeitarão o cessar-fogo temporário.
Os talibãs anunciaram também um cessar-fogo de três dias que começará em 15 ou 16 de junho, dependendo do final do Ramadã.
Em fevereiro, os talibãs convidaram pela primeira vez os Estados Unidos para dialogar diretamente através do seu escritório no Catar, em mensagem incomum e após negar reiteradas vezes participar de qualquer conversa com o governo de Cabul e seus aliados internacionais.
(Com EFE)