O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, recebe em Ancara nesta segunda-feira, 16, os líderes do Irã, Hassan Rouhani, e da Rússia, Vladimir Putin, para discutir a guerra na Síria. A agenda oficial inevitavelmente deverá envolver o recente ataque contra instalações petroleiras da Arábia Saudita supostamente desferido pelo regime de Teerã e a potencial resposta militar dos Estados Unidos.
O reino saudita acusou o Irã como responsável pelos ataques de drones, que seriam represália contra sua liderança na coalizão sunita que combate no Iêmen os rebeldes xiitas. Teerã negou responsabilidade, mas o caso tem potencial para embasar um novo conflito no Oriente Médio.
Na questão síria, a Turquia cobra de Moscou e Teerã maior responsabilidade em estabelecer a paz no país. Erdogan espera extrair compromisso de seus colegas sobre a garantia de trégua duradoura na região de Idlib, no noroeste da Síria, e no leste do rio Eufrates, no nordeste. Ataques das forças do governo sírio, que é apoiado pela Rússia e pelo Irã, tendem a aprofundar a turbulência regional e desencadear uma nova onda de migrantes em direção à Turquia, que já é o maior país receptor de refugiados sírios.
Segundo a Organização das Nações Unidas, a fronteira tornou-se área de refúgio de mais de 500.000 sírios deslocados de outras áreas do país. Além do risco de ver uma nova onda de cidadãos sírios cruzar para o lado turco, Ancara preocupa-se fortemente com o avanço das forças sírias, apoiadas pelas russas, nas proximidades de sua fronteira. Esse avanço prossegue mesmo depois de vários acordos de cessar-fogo, informa a rede de televisão Al-Jazeera.
No mês passado, tropas sírias cercaram rebeldes próximos a uma das torres de observação da Turquia, o que foi percebido por Erdogan como um alto risco à segurança nacional. A fronteira sírio-turca tornou uma área de terroristas e de combatentes contra o regime de Bashar Assad.
(Com Reuters)