O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta quinta-feira, 13, que o Brasil não deve aderir à chamada Nova Rota da Seda, o megaprojeto global de infraestrutura chinês, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Pequim.
A Iniciativa Cinturão e Rota, nome oficial do projeto, tornou-se uma das principais bandeiras da diplomacia do país asiático. Antes da viagem de Lula, especulava-se que o Brasil poderia assinar um memorando de adesão ao plano, que este ano completa dez anos.
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Em coletiva de imprensa, Haddad afirmou que a adesão não figura entre os cerca de 20 documentos que serão assinados nesta sexta-feira, 14, quando o presidente brasileiro estará em Pequim para encontros com o presidente chinês, Xi Jinping, e outras autoridades do país.
A possível entrada do Brasil na Nova Rota da Seda foi alvo de divisões no Planalto. Algumas alas do governo defendem que este não seria o melhor momento para aderir a uma iniciativa chinesa, especialmente desse porte, cujas ambições geopolíticas batem de frente com os Estados Unidos. Não está clara qual seria a contrapartida que compensasse os ruídos que isso pode gerar para o Brasil.
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Mesmo assim, Haddad Confirmou que a Casa Civil está preparando possíveis investimentos em infraestrutura e um dos principais locais de captação será a China. A estratégia é “conciliar crescimento econômico com infraestrutura”, disse o ministro da Fazenda.
“As empresas da China já falam com cada vez mais liberdade da possibilidade de realizar investimentos em outros países e não centralizar aqui (em seu território). Nós temos uma vantagem que pouquíssimos países do mundo têm, que é uma matriz (energética) muito limpa”, afirmou Haddad.