Macron anuncia plano para zerar combustíveis fósseis na França até 2030
Presidente da França definiu iniciativa como "ecologia à la Française"
O presidente da França, Emmanuel Macron, lançou nesta segunda-feira, 25, o “plano ecológico” nacional que procura reduzir em 55% a emissão de gases de efeito estufa e zerar o uso de combustíveis fósseis em todo o país até 2030. Em discurso ao Conselho Ministerial Especial no Palácio do Eliseu, sede do governo, ele informou que o projeto recebeu mais 10 bilhões de euros em investimentos (cerca de 52,6 bilhões de reais), e definiu a iniciativa como “ecologia à la Française”.
O programa de 50 pontos procura reverter os efeitos implacáveis da mudança climática, manifestados na onda de calor que assolou a Europa em julho deste ano, enquanto mantém competitivo o mercado francês nos setores agrícola e industrial. Macron defendeu que é necessário reduzir a “dependência dos chamados combustíveis fósseis, carvão, gasolina e gás” no país, que já não produz esse tipo de matriz energética.
“A prioridade que estabelecemos é que até janeiro de 2027 teremos terminado totalmente a utilização do carvão para a nossa produção de eletricidade”, afirmou.
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As propostas do plano incluem construções de parques eólicos offshore, abertura de fábricas de baterias elétricas, a elaboração de um mapa em que são encontrados recursos naturais, como gás hidrogênio, pelo território francês e o investimento estatal de 700 milhões de euros (cerca de R$ 3,6 bilhões) na rede ferroviária.
Macron planeja, ainda, incentivar a produção de veículos elétricos – ao todo, carros à combustão emitiram a maior quantidade de dióxido de carbono (CO2), ao redor de 65 milhões de toneladas, no transporte rodoviário da França em 2021, segundo a plataforma alemã Statista.
Além disso, o presidente francês comunicou que as empresas proprietárias das 50 instalações industriais mais poluentes do país precisarão assinar um acordo de comprometimento para diminuir a poluição em 45% nos próximos sete anos. Ele aproveitou o discurso para anunciar que o governo retomará o controle dos preços de eletricidade em outubro.
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A população, por sua vez, será instigada a procurar alternativas ecológicas. No campo do mercado de trabalho, Macron prometeu treinar 30 mil instaladores para atender a nova demanda do serviço. A iniciativa, no entanto, não foi bem recebida por ativistas ambientais, como Olivier Faure, líder do Partido Socialista, que a descreveu como “decepcionante”.