O primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, apresentou nesta sexta-feira, 3, sua renúncia ao presidente Emmanuel Macron, que a aceitou, abrindo as portas para uma remodelação do governo. Para seu lugar, Macron nomeou o conservador Jean Castex.
A renúncia do primeiro-ministro – a fórmula que geralmente é usada na França quando o presidente quer um novo governo – já havia sido anunciada pela imprensa francesa nos últimos dias. A reforma do governo foi dada como certa após o segundo turno municipal no último domingo 28.
ASSINE VEJA
Clique e AssineO partido de Macron, A República Em Marcha (LREM), sofreu uma grande derrota na votação, marcada por um índice de abstenção histórico e pelo avanço dos Verdes em várias cidades importantes do país. O Executivo francês enfrenta um período complicado, com a inédita mobilização do movimento dos “coletes amarelos”, a greve contra a reforma da Previdência e o descontentamento dos profissionais da saúde.
Macron admitiu que iria mudar o seu governo numa entrevista publicada hoje na imprensa regional. O presidente declarou em muitas ocasiões que deseja fazer uma reviravolta mais social e ambiental na sua política durante os seus dois anos últimos anos de mandato, antes das eleições presidenciais marcadas para 2022.
Logo após o anúncio da demissão de Philippe, Macron anunciou Jean Castex como o novo premiê. O conservador, que ocupou vários cargos de segundo nível em diversos ministérios, era até o momento o responsável pela gestão do desconfinamento devido à crise da pandemia da Covid-19.
Castex, de 55 anos, próximo ao ex-presidente Nicolas Sarkozy (2007-2012), é prefeito de Prades, uma pequena cidade do sudoeste da França, e assumiu em abril a coordenação da estratégia de desconfinamento.
A formação do restante do novo gabinete deve ser conhecida até a próxima quarta-feira. Édouard Philippe foi eleito prefeito de sua cidade, a portuária La Havre, nestas eleições, e deverá tomar posse neste sábado 4.
(Com EFE e AFP)