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Maduro diz que apagão é “guerra” e pede a venezuelanos que “rezem”

No terceiro dia de nova falta de energia no país, ditador acusa atiradores dos EUA de terem provocado a falha e Donald Trump de estar envolvido

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h51 - Publicado em 28 mar 2019, 16h17

O ditador Nicolás Maduro pediu que os venezuelanos rezem pela recuperação de seu país depois de um novo apagão. Em entrevista por telefone, na madrugada desta quinta-feira, 28, ele alegou que a falha desta semana é causada por um ataque de mercenários “enviados pela direita golpista” contra uma parte vital da rede de distribuição de energia elétrica. 

“Isto é uma guerra. Já que eles não podem invadir o país, eles decidiram danificá-lo”, afirmou Maduro. “Eles sabiam o que estavam atacando. Apenas o império norte-americano tem ódio, maldade e perversidade suficientes para comandar um ataque como este”, completou, para citar que um suposto ataque com fuzis de longa distância causou um incêndio devastador.

As falhas na energia que continuam assombrando a Venezuela nesta semana acontecem depois de um apagão histórico de seis dias no início de março. Especialistas consultados pelo jornal The Guardian acreditam que as falhas de energia são resultado de anos de pouco investimento e de corrupção do governo de Maduro.

O chavista, por sua vez, afirma ser vítima de um “ataque terrorista brutal” arquitetado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o apoio de seu “fantoche diabólico” Juan Guaidó, líder da oposição que se autoproclamou presidente interino da Venezuela.

“Foi um bombardeio inimigo e vocês podem ter certeza que Donald Trump está envolvido nisto. Donald Trump é obcecado pela nosso país”, acusou o ditador. Durante a ligação transmitida na rede estatal de televisão, que muitos venezuelanos não puderam acompanhar pela falta de luz, Maduro ainda tentou reafirmar para o povo que a situação está sob seu controle.

“Eu não sou um covarde ou um fraco e não fugirei da minha responsabilidade”, insistiu. Ao fim do pronunciamento, Maduro pediu que os venezuelanos respondam à crise demonstrando “o máximo de união e o máximo de espiritualidade e resistência cristã”.

Ele repercutiu a entrevista concedida à rede estatal de televisão apenas doze horas depois de sua transmissão, no começo da tarde desta quinta. A redução no volume de suas postagens é vista como um sinal das dificuldades enfrentadas pelo líder chavista com a falta de energia.

“Todo mundo deve saber que os danos feitos são mais profundos do que qualquer venezuelano pode imaginar”, relatou o ditador.

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A segunda maior cidade da Venezuela, Maracaibo, a mais prejudicada durante o primeiro apagão, permanecia no escuro na noite de quarta-feira 27, dois dias depois do segundo blackout começar.

Em um comício na capital Caracas, Guaidó zombou das alegações do governo chavista sobre a suposta culpa de sabotadores estrangeiros e pediu que seus apoiadores participem da manobra final contra Maduro, intitulada “Operação Liberdade”, que começará com uma passeata no sábado, 30.

“O que pedimos e pelo que estamos lutando todos os dias é por uma vida normal”, afirmou o presidente autoproclamado.

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