O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta terça-feira 28 aos emigrantes venezuelanos que abandonaram o país que “parem de lavar privadas” no exterior e retornem. Os emigrados deixaram o país por causa das crises econômica e humanitária provocadas pelo próprio governo de Maduro.
“Digo a vocês venezuelanos (…) que querem regressar da escravidão econômica: deixem de lavar privadas no exterior e voltem para sua pátria”, disse o presidente em um ato de assinatura de convênios petrolíferos, transmitido pela rede nacional de rádio e TV.
Pelo menos 2,3 milhões de venezuelanos – de uma população de 30,6 milhões – fugiram para o exterior nos últimos anos. Deste total, 1,6 milhão emigraram a partir de 2015, segundo as Nações Unidas. Mais de 1 milhão se refugiu na vizinha Colômbia. Apenas 60.000 vieram para o Brasil.
Maduro denunciou que os venezuelanos que emigraram para o Peru seguindo os “cantos de sereia” apenas encontraram “racismo, desprezo, perseguição econômica e escravidão”.
“Não é possível que alguns venezuelanos que foram lavar privada no exterior tenham ido como escravos econômicos porque escutaram que era preciso abandonar seu país”, insistiu.
O regime bolivariano atribui o êxodo a uma “campanha da direita” e diz estar seguro de que os emigrantes voltarão após os resultados de medidas econômicas que entraram em vigor há uma semana.
Maduro lançou um pacote de medidas que inclui o corte de cinco zeros da moeda local, que se chamará bolívar soberano. O objetivo é controlar a inflação do país, que deve alcançar 1.000.000% neste ano.
Fugindo da crise econômica, da hiperinflação e do desabastecimento, milhares de venezuelanos emigraram de seu país nas últimas semanas para Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Chile, gerando tensões.
(Com AFP)