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Maduro se diz ‘pronto’ para negociar com a oposição na Venezuela

Em entrevista a veículos russos, presidente levantou a hipótese de antecipar as eleições legislativas do país, mas não as presidenciais

Por Da Redação Atualizado em 30 jan 2019, 15h37 - Publicado em 30 jan 2019, 04h26

Nicolás Maduro se declarou “pronto” para negociar com o líder opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente da Venezuela e convocou novos protestos para o país nesta quarta-feira, 30. A declaração foi concedida em entrevista à agência russa RIA, publicada nessa mesma data.

“Estou pronto para me sentar em uma mesa de negociações com a oposição, para conversarmos sobre o bem para a Venezuela, a busca pela paz e o nosso futuro”, disse Maduro.

Como uma das medidas possíveis para se aproximar das pautas dos opositores, ele declarou que “seria muito bom” a antecipação das eleições legislativas que estão programadas para 2020, como uma forma para o país sair da crise que vive, mas reiterou sua rejeição em convocar novo pleito presidencial.

“Seria muito bom que houvesse eleições antecipadas para o Parlamento venezuelano, seria uma boa forma de debate político e uma solução com o voto popular”, afirmou. “Eu estaria de acordo que as eleições da Assembleia Nacional deveriam ser antecipadas, através de um decreto da Assembleia Nacional Constituinte, e servir como válvula de escape para a tensão que o golpe imperialista levou à Venezuela”.

Em outra entrevista para um veículo da Rússia, a agência Sputinik, o ameaçado presidente venezuelano voltou a atacar o governo americano, que reconhece Juan Guaidó como presidente legítimo do país e promove sanções para que haja transições no poder.

“O principal objetivo dos Estados Unidos é obter o petróleo venezuelano, já que temos as maiores reservas de petróleo certificado do mundo. Estamos a caminho também de ter uma das maiores reservas de ouro do mundo, além de termos reservas enormes de diamante, água potável e alumínio. Somos uma potência no campo dos recursos energéticos”, declarou.

“Eles (os Estados Unidos) nos consideram como seu quintal. E nós dizemos que não somos quintal de ninguém, somos uma república independente”, complementou Maduro.

Nesta terça-feira, o Tribunal Supremo da Venezuela determinou a proibição da saída do país do líder oposicionista Juan Guaidó, em decisão proclamada na terça-feira 29. Presidente da Assembleia Nacional, ele se autonomeou neste mês presidente interino, em desafio ao governo do presidente Nicolás Maduro.

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Ainda antes do anúncio, na segunda-feira, Guaidó convocou novas manifestações populares contra o governo de Maduro em sua conta no Twitter. Atos da semana passada deixaram ao menos 29 mortos e quase 350 detidos, de acordo com organizações de defesa dos direitos humanos.

(Com EFE)

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