Mais cidadãos da União Europeia deixaram o Reino Unido na última década segundo um relatório feito pelo Office for National Statistics (ONS). De setembro de 2016 a setembro de 2017, mais de 130.000 europeus deixaram o Reino Unido, a maior taxa desde 2008. Porém, o número de cidadãos do bloco europeu que entram na região ainda é maior do que os que deixam.
Desde 2010, o número de emigrantes de cidadãos da União Europeia não ultrapassava os 100.000, tendo estacionado próximo de 93.000 nos últimos anos. Entretanto, desde a consulta pelo Brexit (saída do Reino Unido do bloco da União Europeia) esse número tem crescido e atingiu sua maior taxa desde 2008, com 130.000 emigrantes. Além disso, os próprios britânicos têm emigrado mais do que retornado ao Reino Unido.
O número de cidadãos que entram ainda é maior. Antes de 2016, quando houve a decisão do Brexit, os números de europeus que entravam eram estáveis, entre 240.000 a 280.000, porém, a partir da votação, as taxas foram caindo a cada trimestre, atingindo 220.000 até setembro de 2017, cerca de 47.000 a menos que o mesmo período de 2016.
“O Brexit poderia muito bem ser um fator na decisão das pessoas de se mudar para ou do Reino Unido, mas a decisão das pessoas de migrar é complicada e pode ser influenciada por muitas razões diferentes”, afirmou Nicola White, chefe de Estatísticas de Migração Internacional da ONS.
Segundo o relatório, as pessoas têm procurado cada vez menos emprego no Reino Unido. O total de pessoas que chegaram ao país para trabalhar foi de 248.000 em 2017, cerca de 45.000 a menos que 2016.
Mesmo assim, o número de imigrações ainda é superior ao de emigrações. O principal motivo é o número cada vez maior de cidadãos de fora da União Europeia entrando no país. Cerca de 285.000 cidadãos não pertencentes ao bloco chegaram ao Reino Unido no período de 12 meses contra 80.000 que partiram.
Segundo a correspondente da BBC, Danny Shaw, esse crescimento está principalmente relacionado com o maior número de estudantes que tem chegado ao país. No entanto, o relatório alerta que esta informação não pôde ser confirmada nos dados estudantis, então é necessário ter cautela ao afirma-la.
Os números do ONS também mostram que, em 2017, o Reino Unido concedeu asilo, formas alternativas de proteção ou reassentamento para quase 15 mil pessoas, das quais 40% eram menores de 18 anos. A quantidade de pedidos de cidadania de cidadãos europeus tem crescido, praticamente dobrando um ano de 15.460 em 2016 para 38.528 em 2017.