Mais de 2 000 pessoas foram presas durante os protestos anti-guerra que tomaram a Rússia na última semana, informou o grupo de monitoramento OVD-Info. Segundo o site da instituição, 2240 pessoas foram presas entre a quinta-feira, 21, e esse domingo, 25, nas manifestações que acontecem em todo o país. A maioria das prisões aconteceu no sábado, quando 830 pessoas foram detidas.
Desde quarta-feira, quando o presidente russo Vladimir Putin convocou 300.000 reservistas para se juntarem ao exército do país, as manifestações contra a mobilização de guerra se intensificaram em Moscou e São Petersburgo. O alistamento em massa de reservistas, o primeiro desde a segunda guerra mundial, gerou revolta na população e uma corrida para as fronteiras. Um dos slogans dos manifestantes contra a iniciativa diz que as pessoas não querem ser “bucha de canhão” de Putin na Ucrânia.
Oficialmente, a Rússia está convocando homens de até 35 anos com experiência militar recente ou habilidades essenciais para o campo de batalha, porém relatos surgiram pelo país de homens fora desses critérios que receberam cartas de convocação para a guerra. Nesse domingo, 25, parlamentares russos, e aliados importantes de Putin, ordenaram que autoridades regionais controlem a situação e resolvam os “excessos” nas convocações.
Em uma mensagem aos governadores, Valentina Matviyenko, presidente da câmara alta da Rússia, pediu que eles garantam que a mobilização seja realizada “em total e absoluta conformidade com os critérios descritos.” “Tais excessos são absolutamente inaceitáveis”, comentou sobre as convocações em uma postagem no Telegram. “Se um erro for cometido, é necessário corrigi-lo. As autoridades em todos os níveis devem entender suas responsabilidades”, escreveu Vyacheslav Volodin, presidente da Duma Estatal.