Manifestantes invadem bases militares de Israel contra prisão de soldados
Nove reservistas do Exército israelense foram detidos sob a acusação de abuso sexual de um combatente palestino capturado
Manifestantes de extrema direita invadiram duas bases do Exército de Israel nesta segunda-feira, 29, pedindo a soltura de nove soldados acusados de abusar sexualmente de um detido palestino.
A multidão se reuniu do lado de fora da base de Sde Teiman, no sul do país, depois que a polícia militar chegou ao local para deter os soldados reservistas acusados de “maus-tratos graves”.
Horas depois, um segundo grupo de centenas de pessoas invadiu a base de Beit Lid, na região central do país, onde os reservistas foram levados para serem interrogados. Pelo menos três deputados participaram da invasão, entre eles um membro do Likud, o partido do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, informou o jornal local Hareetz.
Os suspeitos são acusados de abusar sexualmente de um suposto combatente do Hamas capturado em Gaza, causando ferimentos graves em seu ânus, a ponto de deixar a vítima incapaz de andar.
Sde Teiman tem sido alvo de acusações de abusos graves contra detidos de Gaza há meses. No mês passado, um médico da base relatou que dois prisioneiros precisaram amputar suas pernas devido a ferimentos por algemas, segundo o jornal Harretz.
O que dizem as autoridades
Netanyahu condenou a invasão das bases e pediu que e a paz fosse restaurada imediatamente e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse que as Forças de Defesa de Israel “continuarão a agir de acordo com a lei”, embora tenha “total apreço pelos soldados que realizam a complexa e importante tarefa de prender os terroristas do Hamas.”
O chefe do Estado-Maior militar israelense também condenou as invasões, classificando-as como “extremamente sérias e contra a lei”. “Estamos no meio de uma guerra, e ações desse tipo colocam em risco a segurança do estado”, completou Herzi Halevi.
Alguns políticos de extrema direita, no entanto, se opuseram à prisão dos soldados. O ministro da segurança nacional, Itamar Ben-Gvir, afirmou que a detenção é “nada menos que vergonhosa”.