May alcança acordo dentro de seu governo sobre plano para Brexit
Primeira-ministra se beneficia de plano, mas ainda deve enfrentar negociadores da União Europeia
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, assegurou um acordo dentro de seu governo nesta sexta-feira para seus planos de deixar a União Europeia, superando rixas entre seus ministros para conseguir apoio para uma proposta “amigável aos negócios” com objetivo de impulsionar as negociações do Brexit.
Após uma reunião de várias horas em Chequers, sua casa de campo, May pareceu ter persuadido os mais vocais defensores do Brexit em seu gabinete a apoiarem seu plano de pressionar por “uma área de livre comércio para bens” com a União Europeia.
“Nossa proposta criará uma área de livre comércio entre o Reino Unido e a União Europeia que estabelece um regulamento comum para bens industriais e produtos agrícolas”, afirmou, em um comunicado, a primeira-ministra britânica, Theresa May. “Também concordamos com um novo modelo alfandegário favorável aos negócios, com liberdade de fazer novos acordos comerciais ao redor do mundo”.
Porém, a proposta britânica ainda será negociada com os membros da UE, e pode ser barrada.
Ao se comprometer também em encerrar o fluxo livre de pessoas, a supremacia da corte europeia e “vastos” pagamentos ao bloco, May pode ser acusada por autoridades de Bruxelas de escolher somente o que lhe convém dentro da UE.
Por ora, May, que tem sido alvo de críticos regularmente desde que perdeu a maioria parlamentar do Partido Conservador em uma eleição imprudente no ano passado, será impulsionada pelo acordo.
Em um documento destacando a posição do governo, ministros disseram que tinham concordado que uma proposta anterior feita à UE “precisava evoluir para fornecer uma base precisa, responsável e crível para negociações em andamento”.
Ao invés disto, eles concordaram em negociar por uma “área de livre comércio para bens”, uma que faria o Reino Unido ter um “livro de regras comum para todos os bens” em um território aduaneiro combinado. Isto permitiria ao Reino Unido estabelecer suas próprias tarifas de importação e fechar novos acordos de livre comércio.
Eles também concordaram que o Parlamento terá o poder de decidir se irá seguir regras e regulações da UE no futuro, e o governo irá aumentar os preparativos para a eventualidade de uma saída “sem acordo”.
(Com Reuters)