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Médicos convocam greve de 48 horas no Peru em meio à pandemia de Covid-19

Sindicato garantiu que os pacientes serão atendidos normalmente, pois apenas médicos em licença ou no fim do expediente participarão de protestos

Por Da Redação
Atualizado em 19 ago 2020, 10h37 - Publicado em 19 ago 2020, 10h33
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  • A Federação Médica do Peru convocou uma greve de 48 horas para os dias 26 e 27 de agosto, enquanto o país reporta um aumento no número de casos ativos de Covid-19. Os médicos, porém, garantiram que os pacientes serão atendidos normalmente.

    Inicialmente, a greve havia sido convocada para os dias 15 e 16 de julho, mas acabou não sendo realizada porque a entidade começou a negociar com o ministro da Saúde anterior, Víctor Zamora. Os médicos retomaram a convocatória após não verem avanços nas conversas com a nova ministra, Pilar Mazzetti, que substituiu Zamora como parte da reformulação do governo peruano feita pelo presidente, Martín Vizcarra, em meados de julho.

    “Estamos dispostos a falar, mas, se não tivermos propostas concretas, não podemos falar. Já suspendemos a greve de 15 e 16 de julho para conversar, mas acreditamos que fomos enganados por Vizcarra. Fomos chamados para o dia 16 e, no dia 15, o ministro da Saúde e o primeiro-ministro mudaram”, disse o presidente da Federação Médica do Peru, Godofredo Talavera.

    Prioridade aos pacientes

    O presidente do sindicato garantiu que nenhum paciente ficará sem atendimento por causa da greve, porque apenas os médicos que estiverem de licença ou tiverem terminado as atividades sairão para protestar.

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    Entre as principais reivindicações estão a necessidade de equipamentos de proteção individual adequados para tratar casos de Covid-19 e assegurar que os médicos autônomos contratados pelo Ministério da Saúde para lidar com a pandemia sejam pagos durante os três meses combinados, dinheiro que não chega devido à lentidão dos procedimentos administrativos.

    Talavera também garantiu aos meios de comunicação locais que os médicos receberam apenas uma pequena parte do bônus especial que o governo anunciou para os profissionais que tratam de casos de Covid-19.

    Segundo ele, ainda são necessários 16.000 médicos no sistema de saúde pública peruano, além de mais medicamentos, camas e oxigênio. A principal reivindicação é aumentar o orçamento da saúde para 5% do produto interno bruto (PIB).

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    Na opinião de Talavera, o orçamento de 20 bilhões de sóis anunciado por Vizcarra para 2021 não vale para os médicos peruanos, pois mal representa 2,44% do PIB, 0,18% a mais do que o orçamento inicial para este ano.

    O Peru é o terceiro país mais atingido pela pandemia na América Latina, depois do Brasil e do México. Até o momento, foram registrados mais de 549.000 casos e 26.600 mortes pelo vírus, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.

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    (Com EFE)

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