A duquesa de Sussex, Meghan Markle, fez uma crítica à maneira como Hollywood retrata as mulheres asiáticas em suas produções em seu podcast nesta terça-feira, 4. A esposa do príncipe Harry discutiu a representação delas em filmes como Austin Powers e Kill Bill e falou ainda sobre sua própria experiência da cultura coreana nos Estados Unidos.
“A Dama do Dragão, a sedutora do leste asiático cujo misterioso fascínio estrangeiro é roteirizado como tentador e mortal; isso se infiltrou em muito do nosso entretenimento. Mas esse estereótipo tóxico de mulheres de ascendência asiática não termina apenas quando os créditos rolam”, disse ela.
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A duquesa completou dizendo ainda que os filmes americanos são os grandes responsáveis por apresentar caricaturas das mulheres asiáticas ao representá-las como excessivamente sexualizadas e agressivas.
Uma das convidadas do programa, a jornalista de ascendência asiática Lisa Ling, disse que chegou a ser eleita a repórter mais sexy em uma lista da revista Rolling Stone, o que causou uma série de abusos racistas na sequência.
“Alguém no meu local de trabalho cortou aquele artigo, desenhou olhos oblíquos sobre os meus olhos e depois colocou de volta na minha caixa de correio. Era como se cada núcleo de excitação que eu possuía simplesmente desaparecesse”, disse ela.
A jornalista completou afirmando que “foi tão devastador que alguém que eu via todos os dias no meu local de trabalho, onde deveríamos nos sentir confortáveis, apenas abrigasse esses sentimentos sobre mim e tivesse a coragem de torná-lo racial”.
A atriz Lucy Liu, que interpretou O-Ren Ishii em Kill Bill, já definiu em várias oportunidades sua personagem como uma mulher asiática “astuta e enganosa que usa sua sexualidade como uma poderosa ferramenta de manipulação, mas muitas vezes é emocional e sexualmente fria, o que ameaça a masculinidade”.
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“Kill Bill apresenta três outras mulheres assassinas profissionais além de Ishii. Por que não chamar Uma Thurman, Vivica A Fox ou Daryl Hannah de Dama do Dragão? Só posso concluir que é porque elas não são asiáticas. Eu poderia estar usando um smoking e uma peruca loira, mas ainda assim teria sido rotulada dessa forma por causa da minha etnia”, escreveu ela para o jornal The Washington Post.
Falando sobre suas próprias experiências em relação aos estereótipos, Meghan Markle disse que visitou por anos uma casa de banho tipicamente coreana – chamadas de jjimjilbang – para passar um tempo com familiares e que só foi começar a se atentar para os estigmas sofridos pelas mulheres asiáticas anos depois.