Meio-irmão de Kim Jong-un era informante da CIA, diz jornal
Norte-coreano Kim Jong-nam morreu após ser envenenado em aeroporto na Malásia em 2017; irmão do ditador vivia em exílio desde 2001
Kim Jong-nam, o meio-irmão do ditador da Coreia do Norte Kim Jong-un que foi assassinado na Malásia em 2017, era um informante da CIA, afirmou o Wall Street Journal.
Citando “uma pessoa próxima ao caso”, o jornal americano afirma que Kim Jong-nam se reuniu diversas vezes com funcionários da Agência Central de Inteligência (CIA) americana.
O filho mais velho de Kim Jong-il morreu depois de ter sido envenenado com o agente nervoso XV — considerado uma arma de destruição em massa — no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, em fevereiro de 2017.
Duas mulheres jovens, uma vietnamita e uma indonésia, foram detidas e acusadas formalmente pelo assassinato. Elas insistiram que foram enganadas por agentes norte-coreanos, que as levaram a acreditar que o ataque era uma “pegadinha” para um programa de TV.
As duas foram liberadas depois que a Promotoria da Malásia abandonou as acusações. A Coreia do Sul e os Estados Unidos acusam o regime norte-coreano de ter planejado o assassinato, mas Pyongyang nega qualquer envolvimento.
Segundo o WSJ, Kim Jong-nam viajou à Malásia para uma reunião com seu contato da CIA. A fonte, contudo, afirmou que talvez este não fosse o único propósito da viagem.
O meio-irmão de Kim Jong-un foi rejeitado pelo regime norte-coreano depois de ter sido deportado do Japão em 2001 por tentar entrar com um passaporte falso no país para visitar a Disneylândia. Desde então, vivia no exílio, no território chinês de Macau.
A jornalista americana Anna Fifield, do The Washington Post, também afirmou em seu livro The Great Successor (O Grande Sucessor, em tradução literal para o português) que Kim Jong-nam “se tornou um informante da CIA”, apesar da prática ser considerada ato de traição na Coreia do Norte. A obra será lançada nesta terça-feira, 11.
Fifield conta que normalmente Kim Jong-nam se encontrava com seus supervisores em Singapura e na Malásia, citando uma fonte com conhecimento da inteligência.
O livro diz que imagens de câmeras de segurança da última viagem de Kim Jong-nam à Malásia o mostraram no elevador de um hotel com um homem de aparência asiática que, segundo relatos, era um agente de inteligência dos Estados Unidos. Sua mochila continua 120.000 dólares em dinheiro, que poderiam ser um pagamento por atividades relacionadas a inteligência ou lucro de seus negócios com cassinos, disse o livro.