A primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, visitou inesperadamente hoje (21) a cidade de McAllen, no Texas, para conhecer de perto a situação de imigrantes menores de idade separados de seus pais, depois de capturados pela Patrulha da Fronteira ingressando ilegalmente no país.
McAllen foi o local onde uma família de hondurenhos foi presa, no último dia 12. Fotos da menina de dois anos chorando, enquanto sua mãe era revistada por policias, rodaram o mundo nos últimos dias. A imagem foi utilizada em uma montagem para a capa da revista Times desta semana, na qual a criança aparece em frente ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
À rede de televisão CNN, a porta-voz de Melania, Stephanie Grisham, disse que a primeira-dama queria “ver o que há de real”. “Ela quer ver de perto o que está assistindo na TV. Ela quer ter a visão realística do que está acontecendo. Isso foi 100% ideia dela”, afirmou.
Melania tornou-se a primeira colaboradora próxima a Trump a opor-se à política de separação das famílias de imigrantes ilegais capturados na fronteira por forças policiais. Também é a primeira pessoa da família do presidente dos Estados Unidos a testemunhar as condições de vida desses presos.
Ontem, Trump assinou um decreto que proíbe a separação das famílias de imigrantes capturadas na tentativa de ingressarem ilegalmente nos Estados Unidos. Um projeto de lei em tramitação no Congresso, de maioria republicana, substituirá o decreto e tornará a medida permanente. As famílias serão, em princípio, mantidas em um mesmo local até o fim do processo jurídico contra os adultos, por imigração ilegal.
A primeira parada de Melania no Texas foi no Upbring New Hope Children’s Center, mantido pela igreja Luterana. A entidade provê assistência médica e educacional à população carente. Suas instalações acolhem, atualmente, 58 crianças entre 12 e 17 anos de idade, muitas das quais imigrantes.
“Eu quero agradecê-los por seu trabalho duro, compaixão e gentileza”, disse Melania aos membros das equipes médicas e aos assistentes sociais que ali trabalham. “Sei que há crianças que estão aqui há muito tempo. E também gostaria de saber como posso ajudá-las a se reunir com suas famílias o mais rápido possível”, declarou.
Melania quis saber quantas vezes as crianças podem falar com seus familiares, segundo a CNN. A resposta foi duas vezes por semana, mas somente depois de haver certeza de que a pessoa do outro lado da linha é parente do menor. A primeira-dama foi informada de que a maioria das crianças chega em estado de perturbação ao centro, mas começa a relaxar na medida que se envolve no ambiente e que recebe os primeiros cuidados.
“As primeiras 24 horas são cruciais”, disse um assistente a ela. “Nós as tratamos como se fossem nossos próprios filhos”, completou o presidente do centro, dr. Kirk Senske.
Também interessou-se pelos casos de crianças desacompanhadas que atravessam a fronteira. A prioridade, nesse caso, é a devolução do menor a seus responsáveis, no país de origem ou nos Estados Unidos.
Natural de Novo Mesto, na atual Eslovênia, Melania Knauss-Trump também foi imigrante nos Estados Unidos antes de conquistar a cidadania americana. Chegou a Nova York em 1996, para trabalhar como modelo, e cinco anos mais tarde conseguiu o visto de residente permanente no país.
A cidadania americana foi concedida a ela em 2006, um ano depois de casar-se com Trump, e hoje melania é a única primeira-dama naturalizada da história do país.