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Mensagem ao Ocidente: Putin diz que Rússia está pronta para guerra nuclear

Presidente russo afirmou que envio de tropas da Otan para a Ucrânia ou território russo seria considerado intervenção que poderia desencadear guerra mundial

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 12h26 - Publicado em 13 mar 2024, 11h00
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  • O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira, 13, que de um “ponto de vista técnico-militar”, a Rússia está pronta para uma eventual guerra nuclear, alertando o Ocidente que envio de tropas da Otan para a Ucrânia ou território russo seria considerado uma intervenção que poderia desencadear uma guerra mundial.

    “Não acredito que as coisas estejam se encaminhando para isso (um confronto nuclear), mas estamos prontos para isso”, disse Putin em entrevista à TV russa Rossiya-1 e à agência de notícias RIA. 

    Essa não é a primeira vez que Putin alerta o Ocidente sobre o risco de uma guerra nuclear. No final de fevereiro, em discurso ao Parlamento russo, afirmou que a Otan “tem de compreender que também temos armas. Armas que podem derrotá-la no seu próprio território”.

    “[Os países ocidentais] estão se preparando para atacar nosso território, usando as melhores forças possíveis e as mais eficazes para fazê-lo”, alegou. “Tudo isto é muito perigoso porque poderia, na verdade, desencadear o uso de armas nucleares. Eles não entendem isso?”, questionou, afirmando que os russos passaram por experiências mais “árduas” que os países ocidentais, como a guerra no Cáucaso, e por isso teriam maior resiliência.

    A  legislação russa prevê o uso de armas nucleares em apenas quatro oportunidades: lançamento de mísseis balísticos contra o território russo ou seus aliados; uso de armas nucleares contra a Rússia ou seus aliados; ataque a locais críticos governamentais ou militares que ameace a sua capacidade nuclear; e agressão contra a Federação russa com uso de armas convencionais quando a própria existência do Estado está em perigo. 

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    Em outra fala, ressaltou que 95% das forças nucleares estratégicas do país foram modernizadas. Durante discurso para marcar o Dia Anual do Defensor da Pátria, que celebra as Forças Armadas, o chefe do Kremlin garantiu que sua “tríade nuclear”, armas de ataque por terra, ar e mar, é robusta e acaba de ser fortalecida por quatro novos bombardeiros supersônicos capazes de transportar ogivas atômicas.

    No ano passado, a Rússia suspendeu sua participação no último acordo de controle de mísseis estratégicos vigentes, o Novo Start. O tratado, vigente desde 2010 e previsto até 2026, indicava que tanto a Rússia quantos os Estados Unidos, que juntos têm 90% do arsenal nuclear do mundo, impusessem um teto de 1.550 ogivas estratégicas implantadas, referindo-se àquelas ogivas montadas em terra ou mísseis lançados no mar.

    Todos os números existentes sobre o assunto são especulativos, mas de acordo com a Federação de Cientistas Americanos, a Rússia tem 5.977 ogivas nucleares, sendo 1.500 delas aposentadas. Os EUA, por sua vez, teriam 5.428. 

    A Rússia pós-soviética não realizou nenhum teste nuclear. A União Soviética testou pela última vez em 1990 e os Estados Unidos em 1992. Nenhum país, exceto a Coreia do Norte, realizou um teste envolvendo uma explosão nuclear neste século.

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    Negociações entre Rússia e Ocidente

    Às véspera das eleições presidenciais que devem renovar seu mandato de presidente, Putin também propôs uma conversa com o Ocidente sobre a Ucrânia, desde que elas sejam baseadas “na realidade, e não em desejos após o uso de drogas psicotrópicas”.

    A sugestão de Putin de um cessar-fogo na Ucrânia também foi rejeitada no ínicio desta semana pelos EUA através do contato entre intermediários. Ex-representante americano em Moscou, o embaixador William Burns disse no início desta semana que Kiev deve perder mais territórios para a Rússia caso não receba o apoio necessário do Ocidente. Segundo ele, é interesse dos EUA ajudar a Ucrânia a assumir uma posição forte nas negociações com a Rússia.

    Putin afirmou que, em caso de negociações, precisaria de garantias explícitas e por escrito. “Não confio em ninguém, mas precisamos de garantias, e as garantias devem ser explicitadas, devem ser tais que fiquemos satisfeitos”, disse o presidente russo.

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