Os presidentes dos países-membros do Mercosul e de outras seis nações associadas ao bloco divulgaram nesta quarta-feira 17 uma declaração conjunta na qual expressam preocupação com a crise enfrentada pela Venezuela e alertam para a deterioração severa das condições de vida no país sob o regime de Nicolás Maduro.
Os países decidiram continuar promovendo o restabelecimento pleno da democracia e do estado de direito na Venezuela, um processo que inclui a realização de eleições presidenciais livres, justas e transparentes no menor tempo possível.
O Mercosul alerta para a “severa deterioração das condições de vida do povo venezuelano” e destaca “a necessidade de continuar coordenando esforços a fim de dar respostas integrais para a crise migratória, humanitária e social vivida por esse país”.
A declaração diz que é preciso que a comunidade internacional siga contribuindo, por todos os meios pacíficos a seu alcance, na busca do pronto retorno da institucionalidade democrática à Venezuela.
No documento, divulgado durante a reunião de cúpula do Mercosul na cidade de Santa Fé, na Argentina, os signatários afirmam que 4 milhões de venezuelanos foram forçados a deixar o país em busca de melhores condições de vida. Os países fazem referência ao relatório da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) divulgado no mês passado, no qual há um capítulo especifico sobre a situação da imigração venezuelana devido a crise política e econômica que assola o país.
Além do relatório da Acnur, a alta comissária para Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, divulgou um relatório mostrando as violações de Direitos Humanos, perseguições e execuções extrajudiciais na Venezuela.
O documento foi assinado pelos presidentes dos quatro países-membros do Mercosul, entre eles o brasileiro Jair Bolsonaro, e por representantes do Chile, Colômbia, Peru, Equador, Guiana e Suriname, que também participaram do encontro realizado na Argentina.
Em agosto de 2017, o Mercosul suspendeu a Venezuela do bloco por considerar que houve “ruptura da ordem democrática” por parte do governo de Nicolás Maduro.
Apesar do consenso na decisão, o Uruguai discorda das posições expressas pelos outros três países do Mercosul desde então e não reconhece o líder do parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente interino, como fazem o Brasil, Argentina e Paraguai.
Conversas de paz
Após o fracasso das conversas em Oslo, Noruega, a oposição venezuelana, liderada por Juan Guaidó, e o governo do ditador Nicolás Maduro iniciaram uma mesa permanente de diálogo no país caribenho Barbados.
Enquanto os negociadores governistas pretendem alcançar um acordo que permita a preservação da “governabilidade” e um “acordo de coexistência democrática”, os representantes de Guaidó pedem pela renúncia de Maduro para instaurar um governo de transição até que ocorram novas eleições.
(Com EFE)