A Venezuela reabriu neste sábado sua fronteira com a Colômbia, no Estado de Táchira, após quase quatro meses de bloqueio na região. O anúncio foi feito ontem pelo presidente do país, Nicolás Maduro, que não detalhou se a medida se estenderá às fronteiras do país nos Estados de Apure, Zulia e Amazonas.
Com isso, milhares de venezuelanos se dirigem à nação vizinha para comprar alimentos e remédios. Longas filas de venezuelanos se formam nas duas pontes internacionais próximas à cidade de Cucuta, na Colômbia, onde guardas colombianos averiguam documentos dos venezuelanos.
A passagem de cidadãos da Venezuela para a Colômbia foi proibida por Maduro no dia 22 de fevereiro, um dia antes de políticos de oposição terem tentado usar as pontes para transportar toneladas de ajuda para a Venezuela, com o apoio dos Estados Unidos e da Colômbia.
Ontem, o líder opositor Juan Guaidó afirmou ser inegociável a exigência de que sejam realizadas novas eleições presidenciais no país. A declaração põe um freio nos esforços de mediação da Noruega para solucionar a crise venezuelana. Negociadores do país estavam em Caracas nesta semana. A Noruega foi anfitriã de duas rodadas de negociação entre representantes do governo de Maduro e da oposição, em maio.
Após tentativas frustradas de diálogo, das quais o governo saiu fortalecido, a oposição venezuelana tem insistido que o ponto de partido das conversas é a convocação, por Maduro, de eleições presidenciais. Maduro não cede neste ponto, culpando a oposição de boicotar as votações do ano passado e insistindo ser necessário realizar eleições para renovar a Assembleia Nacional, na qual políticos contrários ao presidente são maioria.
“Não está em cogitação uma nova reunião”, disse Guaidó nesta sexta-feira, em um evento na cidade de Valencia, descartando a declaração da diplomacia russa de que na próxima semana seria realizada a terceira rodada de conversas com membros do governo Maduro.