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Militares do Sudão dizem que negociação conduzia país a autoritarismo

Apesar do rompimento das negociações e com a repressão que deixou 60 mortos, líderes militares dizem que o Exército não tem pretensão de governar

Por Da Redação
Atualizado em 5 jun 2019, 17h05 - Publicado em 5 jun 2019, 15h42
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  • O vice-presidente da junta militar que governa o Sudão, Mohamed Hamdan Daqlo, afirmou nesta quarta-feira, 5, que as negociações com a oposição civil, rompidas pelo Exército, tinham se desviado de curso e conduziam o país a um novo “regime totalitário”.

    “As negociações com as forças políticas mudaram de caminho. Saímos de um regime totalitário e estávamos nos dirigindo para um regime ainda mais totalitário”, declarou Daqlo aos jornalistas.

    Daqlo, um dos homens fortes do atual governo transitório do Sudão, disse ainda que a junta militar não pretende governar e é somente a “garantia” da estabilidade até a realização das eleições.

    “O Conselho Militar não vem para governar e não tem disposição de governar, mas é uma garantia durante o período transitório porque não há governo”, destacou Daqlo.

    A junta militar rompeu nesta terça-feira com todos os acordos alcançados com a oposição para a formação de um governo transitório e anunciou a convocação de eleições antecipadas em um prazo máximo de nove meses, enquanto as forças de segurança reprimiram com violência os manifestantes, causando dezenas de mortes.

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    Em entrevista à emissora de televisão Al Arabiya, o vice-presidente afirmou que nessas eleições o Partido do Congresso Nacional, legenda do ex-presidente Omar al Bashir, deposto pelos militares em 11 de abril, não poderá concorrer.

    “As próximas eleições serão imparciais e justas e sem a participação do Partido do Congresso Nacional”, declarou Daqlo em mensagem escrita.

    Por sua vez, o presidente da junta militar, Abdul Fatah Burhan, manifestou hoje a disposição a “dialogar” com todas as forças políticas do país, um dia depois de ter rompido com todos os acordos assinados com a oposição.

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    Em discurso televisionado, Burhan também reiterou o “lamento” pelos mortos e feridos no desmantelamento a tiros do acampamento opositor do centro de Cartum, ocorrido na segunda-feira.

    Dispersão de manifestantes acaba em 60 mortes

    Sessenta pessoas morreram numa repressão a manifestantes desde segunda-feira, 3, quando as forças de segurança dispersaram à força um acampamento da oposição diante do quartel-general das Forças Armadas em Cartum, anunciou o Comitê Central de Médicos Sudaneses.

    O comunicado anterior do Comitê, ligado aos manifestantes, citava mais de 35 mortos. A repressão, ordenada pelo Conselho Militar de Transição, que governa o Sudão desde 11 de abril, foi condenada pela ONU e por vários países, incluindo Estados Unidos e Reino Unido. O Comitê acusa as milícias do Conselho Militar de responsabilidade pela “matança”.

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    A oposição considera que a Força de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) é a principal responsável pela dispersão violenta do acampamento diante da sede do exército, que aconteceu na segunda-feira, e pediu a continuidade dos protestos contra o poder militar.

    O acampamento, que começou em 6 de abril, conseguiu a destituição do presidente Omar al-Bashir em 11 de abril, substituído pelo Comitê Militar de Transição.

    Depois do ataque, os militares interromperam as comunicações, os serviços de internet e a transmissão em todas as emissoras de rádio da capital.

    (Com EFE e AFP)

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