O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse nesta terça-feira que a expulsão em massa de diplomatas russos de países ocidentais se deve à “pressão e à chantagem colossal” por parte dos Estados Unidos. “Sabemos com toda certeza que é o resultado de uma pressão colossal, que agora infelizmente é o principal instrumento de Washington na cena internacional”, afirmou Lavrov no Uzbequistão, onde participa de uma conferência sobre o Afeganistão, segundo informam os veículos de imprensa russos.
O chanceler russo acrescentou que na Europa restam poucos “países independentes” e assegurou que a Rússia responderá às medidas adotadas contra sua diplomacia em relação com o caso do envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e sua filha em Salisbury (sul da Inglaterra). “Tínhamos razão ao afirmar em reiteradas ocasiões que no mundo de hoje, na Europa de hoje, restam poucas nações independentes”, afirmou Lavrov.
Lavrov disse que a Rússia responderá às medidas adotadas contra sua diplomacia em relação com o caso do envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e sua filha Yulia em Salisbury (sul da Inglaterra). “Responderemos, não duvidem, ninguém quer aguentar grosserias como essas, e nós também não as suportaremos”, manifestou o chanceler russo em Tashkent.
A Rússia prometeu responder de maneira “recíproca” às expulsões de mais de 100 diplomatas russos ordenadas por mais de vinte países ocidentais em represália pelo envenenamento do ex-espião Skripal e a sua filha. Os Estados Unidos anunciaram na segunda-feira a expulsão de sessenta diplomatas russos do país e o fechamento do consulado da Rússia em Seattle. Diversos países da União Europeia, Canadá e Ucrânia também expulsaram membros do corpo diplomático russo.
O envenenamento
O Reino Unido considera o Kremlin responsável pelo envenenamento – em local público – do ex-agente duplo Sergei Skripal e de sua filha, Yulia, com uma substância química de uso militar desenvolvida pela ex-União Soviética e de utilização proibida, a qual ataca o sistema nervoso central ao ser absorvida pela pele. O ataque ocorreu em 4 de março em Salisbury, sul da Inglaterra. Desde então Moscou vem trocando farpas com Londres e com aliados britânicos.
Skripal e Yulia seguem em estado crítico. Uma terceira pessoa, um policial britânico que entrou em contato com a substância, também foi hospitalizada com menor grau de envenenamento e já foi liberada do hospital.
Na semana passada, líderes da UE respaldaram a posição britânica dizendo ser “altamente provável” que o Estado russo esteja por trás do envenenamento.
(Com EFE)