Um ataque russo com mísseis matou pelo menos 51 pessoas na cidade de Poltava, na região central da Ucrânia, nesta terça-feira, 3. Outras 200 teriam ficado feridas na mesma ofensiva.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse em um vídeo postado nas redes sociais que as forças russas atingiram a cidade com dois mísseis balísticos, danificando um edifício do Instituto de Comunicações. Ele acrescentou que ordenou a abertura de uma investigação completa e rápida sobre as circunstâncias da investida.
“A escória russa definitivamente será responsabilizada por este ataque”, disse Zelensky em postagem no seu canal no aplicativo de mensagens Telegram.
O líder ucraniano voltou a apelar aos aliados no Ocidente para enviarem mais defesas aéreas a Kiev, por um lado, e por outro pediu que Estados Unidos e Europa permitissem o uso de armas de longo alcance doadas à Ucrânia contra o território russo – algo que a maioria, em especial Washington, pensa cruzar uma linha vermelha por sugerir a participação direta de potências ocidentais no conflito.
“Continuamos dizendo ao mundo que todos têm o poder de impedir esse terror. Sistemas de defesa aérea e mísseis são necessários na Ucrânia, não em um depósito em algum lugar”, defendeu Zelensky. “Ataques de longo alcance que podem nos proteger do terror russo são necessários agora, não daqui a pouco. Infelizmente, cada dia de atraso significa mais vidas perdidas.”
Ataques se intensificam
Na última segunda-feira, 26 de agosto, a Rússia lançou mais de 100 mísseis e cerca de outros 100 drones Shahed, de fabricação iraniana, contra 15 regiões em todo o país, provocando danos à rede energética e deixando milhares de pessoas no escuro. Pelo menos sete pessoas morreram, no que Kiev chamou de “maior ataque” desde o início da guerra.
Depois disso, foi enxame atrás de enxame de mísseis e drones. Na segunda-feira 2, a capital, Kiev, foi abalada por explosões devido ao lançamento de quase 60 dispositivos do tipo pela Rússia.
A Rússia negou, novamente, visar civis como alvos.
Os ataques se intensificam quase um mês após a invasão ucraniana à região russa de Kursk, que segundo o presidente Volodymyr Zelensky está “atingindo os objetivos”.
Kiev alegou que tomou controle de mais de 80 assentamentos em uma área de ao menos 1.150 quilômetros quadrados em Kursk desde seu ataque surpresa à região em 6 de agosto. Esta já é considerada a maior invasão à Rússia desde a Segunda Guerra Mundial. Zelensky justificou que a incursão na fronteira com o leste da Ucrânia visa criar uma zona-tampão e desgastar as forças russas, que travam há dois anos e meio uma guerra em território ucraniano.