O ditador norte-coreano Kim Jong-un afirmou que o novo lançamento de míssil balístico do regime coloca “todo o território dos Estados Unidos” ao alcance de um ataque. Em declarações para a agência estatal KCNA, Kim também celebrou o programa de armas da Coreia do Norte como um “ativo inestimável” para o país.
Especialistas militares opinam que a afirmação do ditador sobre o alcance do projétil pode não ser mais uma bravata de Kim Jong-un. Ouvido pela rede americana CNN, David Wright, da ONG Union of Concerned Scientists, avaliou que o míssil disparado na sexta conseguiria atingir cidades americanas como Los Angeles, Denver e Chicago – podendo até alcançar metrópoles da costa leste, como Nova York e Boston. Jeffrey Lewis, do Instituto Middlebury de Estudos Internacionais, na Califórnia, concordou que o lançamento mostrou que Los Angeles está dentro de alcance, com Chicago, Nova York e Washington um pouco além do limite. “Os modelos de computador sugerem que pode atingir todos estes alvos”, disse.
Autoridades dos EUA também disseram que a Agência de Inteligência de Defesa (DIA), a agência de espionagem do Pentágono, determinou que a Coreia do Norte será capaz de colocar em campo um míssil balístico intercontinental com capacidade de carregar uma ogiva nuclear no próximo ano, mais cedo do que pensado anteriormente.
Lançamento
O míssil intercontinental Hwasong-14 foi lançando na noite de quinta-feira (horário local) e voou por 45 minutos antes de cair em águas japonesas. O regime de Pyongyang considerou o teste um sucesso e detalhou que o projétil alcançou a altura de 3.725 quilômetros e percorreu 998 quilômetros.
Em resposta ao lançamento, Estados Unidos e Coreia do Sul realizaram testes militares conjuntos e o presidente americano Donald Trump afirmou que seu país vai tomar “todas as medidas necessárias” para garantir a segurança de seu território e dos aliados na Ásia.
O teste também parece ter irritado a China, tradicional aliada dos norte-coreanos. Segundo a agência oficial Xinhua, Pequim pediu que Pyongyang “respeite as resoluções” do Conselho de Segurança da ONU e detenha qualquer medida que possa aumentar a tensão na região.
(Com agência Reuters)