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Moldávia teme ser arrastada para guerra na Ucrânia

Alerta de chanceler acontece após região separatista da Transnístria, que faz fronteira com a Ucrânia, sofrer uma série de explosões nesta semana

Por Da Redação Atualizado em 28 abr 2022, 20h12 - Publicado em 28 abr 2022, 18h17

A Moldávia está enfrentando “um novo momento muito perigoso”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Nicu Popescu. A declaração vem após a região separatista da Transnístria, que faz fronteira com a Ucrânia, sofrer uma série de explosões nesta semana. Os incidentes foram interpretados como um risco de o território ser arrastado para a guerra com a Rússia.

Em uma entrevista à imprensa, Popescu disse existir uma situação tensa e perigosa no país, após o Ministério da Segurança da Transnístria ter sido atacado com granadas na segunda-feira, 25.

“Nossa análise até agora mostra que existem tensões entre diferentes forças dentro da região e isso a torna vulnerável e cria riscos para a República da Moldávia”, disse o chanceler, que acrescentou que a maioria dos moldavos, incluindo os da Transnístria, queria ficar fora da guerra.

Os responsáveis pelo incidente não foram identificados, mas os ataques fizeram crescer os temores de que o território possa ser atraído para o conflito com a Rússia. Movida por esse receio, a presidente moldava, Maia Sandu, convocou uma reunião de seu conselho de segurança na última terça-feira, 26.

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O governo da Moldávia, que não controla a Transnístria, trabalha com várias hipóteses sobre a causa dos ataques, mas afirma que não pode culpar ainda nenhuma das nações em guerra. Predominantemente de língua russa, a Transnístria é controlada por separatistas pró-Rússia desde 1992, após uma curta guerra na qual Moscou participou ao lado dos rebeldes.

Na semana passada, um alto comandante russo disse que ganhar o controle sobre o sul da Ucrânia ajudaria a Rússia a se conectar com a região separatista moldava. Na semana seguinte, ocorreu a série de explosões misteriosas, que atingiram a sede da segurança, uma torre de rádio e uma unidade militar. 

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou nesta quinta-feira, 28, que os recentes incidentes foram uma tentativa ucraniana de arrastar a área para o conflito bélico. Autoridades da Transnístria culparam a Ucrânia pelos ataques, enquanto Kiev apontou o dedo para a Rússia, dizendo que Moscou está tentando desestabilizar a região.

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De acordo com Popescu, a Moldávia recebeu garantias públicas e privadas do Kremlin “de que a Rússia continua a reconhecer a integridade territorial” da nação. Apesar disso, o vice-primeiro ministro moldavo acrescentou que, dada a situação na região, o governo continua “muito alerta”.

Um dos países mais pobres da Europa, a Moldávia está enfrentando um grande afluxo de refugiados e as consequências econômicas da guerra que interrompeu quase 15% de suas exportações, de acordo com autoridades moldavas. Cerca de 95.000 pessoas fugindo da guerra na Ucrânia chegaram ao ex-país soviético, o equivalente a 3,5% da população, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Moldávia.

Buscando apoio econômico para superar a crise, a Moldávia apresentou um pedido de adesão à União Europeia em março. “Somos um país com uma história europeia, uma identidade europeia, uma língua europeia – e a nossa língua romena já é uma língua oficial da UE, o que torna as coisas muito mais fáceis”, disse Popescu, em apelo à entrada da nação no bloco. Mas mesmo os estados-membros que simpatizam com as propostas de adesão da Moldávia, Ucrânia e Geórgia dizem que é improvável que esses países se juntem em breve.

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