O último sobrevivente do batalhão francês que ajudou a repelir a invasão da Alemanha nazista na Europa Ocidental na Normandia, operação conhecida como Dia D, morreu nesta segunda-feira, 3, aos 100 anos. O soldado aposentado, Léon Gautier, fez parte dos desembarques em 1944, na II Guerra Mundial, que durou oito dias e foi a maior invasão marítima da história.
Alguns anos depois, Gautier chegou a chamar a guerra de “miséria” que “acaba com viúvas e órfãos”. Roman Bail, prefeito da comuna onde ele morava, Ouistreham, descreveu o ex-soldado como “um herói local que todos conheciam” e “fervoroso defensor da liberdade”.
O ex-soldado nasceu em Rennes, na região da Bretanha, no noroeste da França. Ele se alistou na marinha francesa ainda adolescente, logo após o início da II Guerra Mundial. Na época, ele ainda era jovem demais para entrar no exército.
Em 1940, o militar escapou para o Reino Unido antes que as forças de Adolf Hitler varressem grande parte da Europa Ocidental, incluindo a própria França. Já em Londres, juntou-se ao movimento Free France (França Livre), responsável por manter um governo no exílio enquanto o país era controlado pelos nazistas.
Gautier chegou a lutar no Congo, na Síria e no Líbano antes de se juntar aos Kieffer, uma unidade de fuzileiros navais que treinavam nas Terras Altas da Escócia. Durante a batalha pela Normandia, mais da metade da unidade de Gautier, de 177 franceses, morreu.
Os desembarques do Dia D envolveram soldados de muitos outros países aliados. A invasão marítima deu origem a um ataque que durou mais 11 meses, mas levou à derrota da Alemanha nazista e à libertação da Europa.
O presidente da França, Emmanuel Macron, também prestou uma homenagem a Gautier nesta segunda-feira.
“‘Não somos heróis, estamos apenas cumprindo nosso dever’, ele repetia. Léon Gautier nos deixou, mas não o esqueceremos”, escreveu o presidente no Twitter.