Morre aos 118 anos a francesa irmã André, a pessoa mais velha do mundo
Nascida em 1904 no sul da França, a freira viveu duas guerras mundiais e dedicou grande parte de sua vida ao catolicismo
A pessoa mais velha do mundo, a freira francesa Lucile Randon, morreu na terça-feira 17, aos 118 anos. Mais conhecida como irmã André, nome que assumiu quando se tornou freira em 1944, faleceu enquanto dormia em uma casa de repouso na cidade francesa de Toulon.
Nascida em 1904 no sul da França, ela viveu duas guerras mundiais e dedicou grande parte de sua vida ao catolicismo. “Só o bom Deus sabe” o segredo de sua longevidade, disse ela uma vez durante coletiva de imprensa.
Quando irmã André nasceu, o Tour de France, maior torneio anual de ciclismo, só havia sido disputado uma vez. Ela também viu 27 chefes de estado franceses.
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Um porta-voz de sua casa de repouso, David Tavella, compartilhou a notícia de sua morte com repórteres na terça-feira.
“Há uma grande tristeza, mas era o desejo dela se juntar ao seu amado irmão. Para ela, esta é uma libertação”, disse.
Supunha-se que a freira tivesse um relacionamento próximo com seus irmãos. Certa vez, ela disse a repórteres que uma de suas melhores lembranças era sobre o retorno deles dos combates no final da Primeira Guerra Mundial.
“Era raro”, lembrou ela. “Nas famílias, geralmente havia dois mortos em vez de dois vivos”.
Apesar de cega e dependente de uma cadeira de rodas, a irmã André cuidava de outros idosos, alguns dos quais eram muito mais jovens do que ela. Em entrevista em abril passado à agência de notícias AFP, ela disse: “As pessoas dizem que o trabalho mata, para mim o trabalho me manteve viva. Continuei trabalhando até os 108 anos.”
Na mesma entrevista, ela afirmou que estaria melhor no céu, mas continuou a desfrutar dos prazeres terrenos como comer chocolate e beber uma taça de vinho todos os dias. Ela era a pessoa mais velha da Europa há algum tempo, mas entrou para o livro Guinness World Records em abril passado como a pessoa mais velha do mundo, após a morte de Kane Tanaka, uma japonesa que viveu até os 119 anos.
Não foi sua primeira vez no livro dos recordes. Em 2021, ela se tornou a pessoa mais velha a se recuperar da Covid-19.
Irmã André nasceu em uma família protestante, mas depois se converteu ao catolicismo, antes de ser batizada aos 26 anos. Impulsionada por seu desejo de “ir mais longe”, ela se juntou a uma ordem de freiras conhecidas como Filhas da Caridade cerca de 15 anos após seu ingresso na Igreja Católica.
Depois de idosa, ela foi internada na mesma clínica em Vichy onde passou a maior parte de sua vida profissional – cerca de 31 anos.