O indígena Kliver Alfredo Perez Rivero, de 24 anos, ferido durante o confronto com militares na Venezuela na semana passada, morreu na noite desta quarta-feira, 27, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Roraima.
O venezuelano estava internado no Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista, desde última sexta-feira 22. Ele teve lesão no tórax provocada por arma de fogo e no abdômen, com múltiplas lesões no fígado e no intestino.
A causa da morte foi falência de múltiplos órgãos, segundo nota divulgada pelo governo do estado.
Kliver Perez estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do HGR, e foi o primeiro ferido nos conflitos na Venezuela a morrer após receber atendimento em Roraima.
O venezuelano estava entre os cinco indígenas feridos transportados ao Brasil na sexta-feira depois que soldados venezuelanos abriram fogo contra manifestantes de sua tribo em Kumarakapai, na região da fronteira com Roraima.
Os moradores da comunidade indígena tentavam manter aberta uma passagem da divisa com o Brasil quando foram atacados pelas forças leais a Nicolás Maduro. Uma mulher morreu no local e ao menos 12 ficaram feridas.
Ao todo, estima-se que ao menos quatro pessoas tenham morrido e outras 300 tenham ficado feridas nos confrontos durante o último final de semana nas regiões fronteiriças da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia.
Desde a última quinta-feira 21, ao menos 22 venezuelanos deram entrada em hospitais brasileiros após ficarem feridos em conflitos na fronteira. Só no domingo, a clínica de Pacairama atendeu nove pessoas feridas por arma de fogo.
O governador Antônio Denarium decretou estado de calamidade na saúde pública do estado após o agravamento da situação.
A fronteira entre Brasil e Venezuela está fechada há sete dias. Denarium, contudo, disse que a divisa deve ser reaberta ainda nesta quinta.
O governador afirmou ter se reunido com uma comitiva formada por ministros venezuelanos e um forte apoiador de Nicolás Maduro, o governador de Bolivar, Justo Noguera, em Santa Elena do Uairén. Denarium, porém, não soube nominar os ministros, tampouco especificar se eram chavistas ou opositores.