Uma mulher grávida e seu bebê feridos em um ataque a uma maternidade na cidade ucraniana de Mariupol por forças russas, em uma das cenas mais devastadoras da guerra na Ucrânia, morreram no final de semana.
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De acordo com agências internacionais, o bebê chegou a nascer por meio de uma cesariana no último sábado, porém os médicos disseram no mesmo dia que ambos vieram a óbito. Em entrevista à emissora de televisão ucraniana, o cirurgião responsável confirmou a informação.
“Enquanto ela estava sendo ressuscitada e as medidas anti choque estavam sendo tomadas, fizemos uma cesárea e recebemos a criança sem sinais de vida. A reanimação da criança por mais de meia hora não funcionou. Tentamos a ressuscitação da mãe por meia hora ou mais, sem nenhum resultado. Ambos morreram”, disse.
A mulher foi levada às pressas para outro hospital e, segundo relatos dos médicos, ao perceber que estava perdendo o seu bebê, ela gritou para que eles a matassem. Após a morte do bebê, os cirurgiões focaram seus esforços para tentar salvar a mãe, que também não sobreviveu.
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A Rússia negou que tenha atacado a maternidade e a porta-voz dos Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, chamou a situação de “terrorismo de informação”.
De acordo com as Nações Unidas, ao menos 636 civis morreram na Ucrânia desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, e 1.125 ficaram feridos. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) prevê que, caso o conflito se estenda por mais tempo, o número total de refugiados pode chegar a mais de 4 milhões de pessoas, e o número de deslocados internos pode ultrapassar os 6,7 milhões.