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Morte de palestinos foi “crime de guerra”, diz relator da ONU

Cerca de 62 manifestantes palestinos foram mortos e outros 2.700 ficaram feridos por soldados de Israel na Faixa de Gaza no início da semana

Por Da Redação
18 Maio 2018, 13h43

O relator especial da ONU sobre os direitos humanos dos palestinos, Michael Lynk, disse nesta sexta-feira (18) que o “assassinato deliberado” é um crime de guerra, de acordo ao Estatuto de Roma. Ele referiu-se à morte de 62 manifestantes palestinos na Faixa de Gaza, nos últimos dias 14 e 15, por soldados de Israel.

Ao discursar em uma sessão urgente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, convocada especialmente para debater a situação na Faixa de Gaza, Link afirmou que esse tipo de ação também viola gravemente as Convenções de Genebra, que regem o Direito Internacional Humanitário.

Ele acrescentou que qualquer condenação ao que aconteceu em Gaza “é vazia se não for acompanhada de uma perseguição perante a Justiça e de uma prestação de contas” por parte de Israel.

O relator estimou em “mais de uma centena” o número de manifestantes mortos pelas “mãos das forças israelenses” e em mais de 12.000 os feridos. Muitos deles, com lesões “devastadoras”. Até ontem, o Ministério de Saúde de Gaza reportava 62 mortos e 2.700 feridos.

“Os protestos em Gaza foram quase totalmente pacíficos e sem armas. Milhares e milhares marcharam, cantaram, protestaram contra suas condições de vida, reivindicando o direito a um futuro melhor”, disse o relator, que faz o acompanhamento da situação dos direitos dos palestinos nos territórios ocupados por Israel.

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Contra o discurso do governo israelense de que atuou em defesa própria, Link reconheceu que parte dos manifestantes valeu-se de métodos agressivos. “Sim, alguns atiraram coquetéis molotov, mas a grande maioria atuou de forma não violenta nas últimas sete semanas”.

“A única arma deles foi a maior e mais antiga aspiração do ser humano: viver em liberdade na sua própria terra”, acrescentou.

“Ocupação da Palestina”

Milhares de palestinos participaram, desde o último 30 de março, de manifestações pacíficas para reivindicar seu direito ao retorno às terras ocupadas por Israel e contra a Nakba (catástrofe, em árabe), como é qualificada a independência de Israel, em 1948.

Antes das declarações de Link, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, disse que Israel deveria encerrar a ocupação dos territórios palestinos, onde as pessoas estão “engaioladas em favelas desde o nascimento até a morte”.

“A ocupação deve terminar, para que o povo da Palestina possa ser libertado”, afirmou, na inauguração da sessão.

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Zeid explicou que o “forte contraste entre as vítimas dos dois lados” é uma clara evidência do uso desproporcional da força israelense. Segundo as estimativas citadas por ele, desde 30 de março, 87 civis palestinos morreram, enquanto apenas um soldado israelense ficou levemente ferido por uma pedra.

Ramadã

O presidente do Egito, Abdul Fatah al Sisi, ordenou nesta sexta-feira que a fronteira com a Faixa de Gaza fique aberta durante todo o mês do Ramadã, período do ano em que os muçulmanos praticam seu jejum ritual e se dedicam a orações durante o dia.

O líder egípcio anunciou que instruiu aos órgãos competentes que façam o necessário para manter aberta a passagem da fronteira terrestre da cidade de Rafah, no extremo do nordeste do Egito, durante todo o Ramadã, “para aliviar o fardo dos irmãos da Faixa”. Em geral, a fronteira permanece fechada.

Além disso, o Cairo permitiu a entrada no Egito de alguns moradores de Gaza que necessitavam tratamento médico, depois dos confrontos da última segunda-feira.

(Com EFE)

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