Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Moscou ordena envio de tropas para regiões separatistas na Ucrânia

Anúncio foi feito pouco após decisão de Vladimir Putin de reconhecer independência de Donetsk e Lohansk

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 fev 2022, 20h01 - Publicado em 21 fev 2022, 19h04

Pouco após o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar a decisão de reconhecer a independência de duas regiões separatistas pró-Moscou da Ucrânia, o Kremlin publicou nesta segunda-feira, 21, um decreto ordenando que o Ministério da Defesa envie tropas para “funções de manutenção da paz” nos territórios. 

Ainda não é claro o número de soldados, quando eles seriam enviados ou até mesmo se os militares russos ficarão apenas nas áreas controladas pelos separatistas ou se pretendem capturar o resto das duas regiões cujo território os rebeldes reivindicam. Apesar da reivindicação de território por parte dos rebeldes e o reconhecimento russo, a Ucrânia e a comunidade internacional entendem as repúblicas autoproclamadas como solo ucraniano, o que faz com que, na prática, a ação russa seja equivalente a uma invasão a território do país vizinho.

+ Em meio à tensão na Ucrânia, embate entre Putin e Biden sobe de tom

De acordo com a agência de notícias RIA, o presidente instruiu as Forças Armadas a “garantirem a paz” nas regiões, sem dar mais detalhes. As autoproclamadas República Popular de Donetsk e República Popular de Luhansk são em boa parte controladas por separatistas pró-Moscou desde 2014 e palco de uma guerra que já deixou cerca de 15.000 mortos.

Na semana passada, em meio à tensão política, diplomática e militar, o governo ucraniano e grupos separatistas apoiados por Moscou já haviam se acusado mutualmente de violações ao regime de cessar-fogo em Donbas, onde ficam as duas províncias separatistas.

A decisão do reconhecimento feita nesta segunda-feira sepulta os Acordos de Minsk, negociados em 2015, sob mediação da Alemanha e França, para um cessar-fogo nas duas regiões, que teriam em troca autonomia administrativa.  Enquanto o governo ucraniano afirma que forças separatistas são “invasoras” e “ocupantes”, a Rússia sustenta que as forças são formas de defesa às agressões do governo ucraniano.

Continua após a publicidade

Para a União Europeia, “o reconhecimento dos dois territórios separatistas na Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk”. O chefe de política externa do bloco prometeu sanções econômicas contra Moscou, assim como os Estados Unidos. 

Durante o pronunciamento em que anunciou o reconhecimento de independência, Putin afirmou que a Ucrânia é “parte integral” da história russa e que o que se conhece como “Ucrânia moderna” foi criada pela União Soviética, em um processo que diz ter sido um “erro”.

Ao citar a situação em Donbas, Putin acusou autoridades ucranianas de tentarem impedir o uso do idioma russo através de leis que privilegiam o uso do ucraniano, além de citar uma repressão à Igreja Ortodoxa russa. Ele também criticou a presença de militares estrangeiro no país vizinho, sobretudo da Otan, principal aliança militar ocidental.

Segundo Denis Pushilin, líder da região de Donetsk, o pedido de reconhecimento se deve à necessidade de adquirir o status de sujeito internacional para que as regiões sejam “capazes de neutralizar totalmente a agressão militar cometida por autoridades ucranianas e evitar vítimas entre a população civil e a destruição de infraestruturas”.

Sobre a possível adesão de Kiev à Otan, o presidente voltou a citar que seria uma ameaça direta à segurança russa. Segundo Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

Continua após a publicidade

A aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos trinta aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

Para o Ocidente, o reconhecimento anunciada por Putin seria mais um pretexto para Moscou aumentar ainda mais o número de tropas ao longo da divisa com território ucraniano. Além disso, se encaixaria em um padrão empregado pelo governo russo para tentar fabricar um pretexto para invadir a Ucrânia, ao culpar Kiev por ataques e esperar pedidos de ajuda de separatistas pró-Rússia.

A Rússia nega as acusações de estar montando um pretexto e diz ter retirado parte de suas tropas posicionadas perto da fronteira com o país vizinho. Países ocidentais, no entanto, afirmam que mais equipamentos e tropas estão chegando e montando preparações normalmente vistas nos dias finais antes de um ataque militar. De acordo com inteligência americana, há mais de 150.000 militares russos nas fronteiras.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.