Uma mulher britânica que foi exposta ao agente neurotóxico Novichok em uma cidade no sul do Reino Unido morreu neste domingo (8), após passar quatro dias hospitalizada, segundo a polícia britânica. Seu companheiro, que também foi envenenado pela toxina, permanece internado em estado crítico.
Dawn Sturgess, de 44 anos, e seu parceiro Charlie Rowley foram encontrados inconscientes na cidade de Amesbury, no condado de Wiltshire, na semana passada. O pequeno município inglês fica a poucos quilômetros da cidade de Salisbury, onde o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha, Yulia, foram contaminados com o mesmo agente neurotóxico em março. Eles ficaram internados por semanas, se recuperaram e receberam alta.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse estar “horrorizada e chocada” com a morte de Sturgess.
No dia em que o casal foi internado, o comitê de emergência britânico (Cobra, na sigla em inglês), formado pelos principais ministros e por representantes das forças de segurança do Reino Unido, reuniu-se para tratar o caso. O porta-voz do governo britânico afirmou que uma unidade antiterrorista trabalha junto com a polícia de do Condado de Wiltshire na investigação.
O episódio foi qualificado pela polícia como “incidente grave” e guarda grandes semelhanças com o caso Skripal. Na época em que pai e filha foram envenenados, o governo britânico acusou a Rússia de ter ordenado o ataque, uma vez que a toxina era a mesma utilizada por soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial. O Kremlin negou ter envolvimento com o ocorrido e o incidente chegou a causar uma crise diplomática entre os dois países, com diplomatas sendo expulsos das duas nações.
Após o envenenamento de Sturgess e Rowley, o governo da Rússia veio à público e repudiou o caso, afirmando que o uso “deste tipo de substância” na Europa é “alarmante”. O vice-presidente do Comitê de Defesa da Duma (Câmara de Deputados), Yuri Shvytkin, afirmou também que, na realidade, esse segundo episódio demonstra que a Rússia nada teve ver com o caso Skripal.