Na lista de presentes de Natal de Zelensky: armas dos EUA
Apesar do sucesso da viagem do presidente ucraniano à Casa Branca, o líder americano, Joe Biden, não prometeu todas as armas que ele queria
Apesar de uma visita bem sucedida aos Estados Unidos – sua primeira viagem ao exterior desde o início da guerra na Ucrânia – para pedir por mais armas sofisticadas, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky entregou uma lista de presentes de Natal maior do que o líder americano, Joe Biden, estava preparado para dar.
Biden anunciou um aguardado pacote de ajuda militar de US$ 2 bilhões na quarta-feira 21, durante a visita de Zelensky a Washington, onde ele também fez um discurso ao Congresso. O auxílio se soma aos mais de US$ 50 bilhões que os americanos já ofereceram a Kiev em recursos bélicos e humanitários.
O simbolismo desta visita, segundo especialistas, como a primeira vez que Zelensky viajou para fora da Ucrânia desde a invasão russa, ressalta o vínculo duradouro e vital entre os Estados Unidos e a Ucrânia. Mas é provável que o presidente ucraniano tenha voltado para seu país com menos dos preciosos artefatos bélicos do que desejava.
No pacote de US$ bilhões, estão incluídos os poderosos – e muito antecipados – sistema de defesa aérea antimísseis Patriot. O portal de notícias Politico disse que também conta com uma grande quantidade de artilharia, além de kits de munição de ataque direto conjunto, que podem transformar bombas a jato de combate não guiadas em artefatos guiados e mais precisos.
A Ucrânia tem pressionado os Estados Unidos há meses pelos sistemas Patriot, para combater ataques contínuos de mísseis da Rússia e drones fornecidos pelo Irã, que devastaram a infraestrutura civil e energética. No entanto, ainda segundo o Politico, Zelensky ficou sem o Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS) de longo alcance, bem como os drones do tipo Grey Eagle e Reaper (ou ceifadores).
Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS)
Os mísseis balísticos desenvolvidos pela Lockheed Martin, usados pela primeira vez durante a Guerra do Golfo Pérsico de 1991, têm um alcance de até 300 quilômetros. Isso permitiria à Ucrânia atacar profundamente o território controlado pela Rússia.
Eles podem ser disparados através do Sistema de Lançamento Múltiplo M270, bem como do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta M obilidade M142, mais conhecidos como HIMARS, que os Estados Unidos já enviaram para a Ucrânia e produziram efeitos consideráveis contra o exército russo.
No entanto, Washington está relutante em enviar essas armas poderosas, por medo de que elas intensifiquem a guerra e provoquem a Rússia a contra-atacar na mesma moeda. Em maio, Biden descartou o envio de quaisquer armas para Kiev que possam atingir território russo se lançadas de solo ucraniano, sem especificar a quais artefatos ele se referia.
Drones Gray Eagle
Os militares da Ucrânia há muito pedem o envio de drones MQ-1C, ou “Gray Eagle”. O sistema é capaz de carregar até quatro mísseis Hellfire, usado para ataques de alta precisão contra alvos importantes, e pode permanecer no ar por até 27 horas antes de precisar reabastecer o tanque. Seu alcance é de 4.630 quilômetros.
Mais de uma dúzia de senadores dos Estados Unidos de ambos os principais partidos estão pressionando o governo Biden a fornecer à Ucrânia uma frota de drones que podem atacar navios de guerra russos no Mar Negro.
No entanto, há preocupações de que a tecnologia possa acabar nas mãos dos russos se uma for derrubada. A emissora americana CNN informou, em novembro, que o Pentágono está tentando modificar o drone para proteger seus aspectos técnicos caso seja abatido.
Drones “Reaper”
O drone da empresa General Atomics conhecido como Reaper, ou “ceifador”, é um primo maior e mais bem armado do icônico drone Predator e foi descrito pelo portal de informações militares Military Machine como um “assassino aéreo incomparável”.
Ultrassilencioso e quase indetectável, o drone pode perseguir um alvo por até 14 horas antes de lançar duas toneladas de material bélico “com extrema precisão”, de acordo com o site.
No início de dezembro, o portal Politico informou que a Força Aérea dos Estados Unidos tentou enviar seus drones Reaper mais antigos para a Ucrânia logo após a invasão da Rússia. Mas, como a situação com o Grey Eagle, o Pentágono estava preocupado com a descoberta de tecnologia americana pelos russos caso fossem abatidos.