Um navio holandês da ONG alemã Sea Watch espera perto do litoral da Líbia que algum país ofereça um porto seguro para receber 41 imigrantes resgatados na terça-feira (5) no Mar Mediterrâneo.
“Ninguém entrou em contato para oferecer um porto seguro. Estamos há duas semanas no mar monitorando as águas e não esperávamos que a Itália fosse violar dessa maneira as normas internacionais”, disse à Agência Efe o porta-voz da Sea Watch, Ruben Neugebauer.
Segundo a organização, além dos 41 refugiados resgatados, a ONG também resgatou os corpos de 12 pessoas que não sobreviveram ao naufrágio da lancha que os levava rumo à Europa.
A ONG mantém seu navio próximo a costa da Líbia para monitorar as águas, caso barcos de traficantes carregando imigrantes – muito comuns na região – naufraguem.
A Sea Watch afirmou que a lancha foi localizada por uma embarcação da Marinha dos Estados Unidos, que avisou por rádio a um barco da organização humanitária que estava na mesma região.
Neugebauer afirmou que o Sea Watch 3, nome do navio holandês que realizou o resgate, está na mesma situação que o Aquarius que, com 629 imigrantes a bordo, está agora a caminho do porto de Valência, no leste da Espanha, após ser rejeitado por Itália e Malta.
Segundo a Organização Internacional para Migrações, mais de 30.300 imigrantes chegaram à Europa através do Mediterrâneo desde o início de 2018. Mais de 700 mortes foram registradas no período.
Muitas organizações internacionais vem acusando o governo italiano de desrespeitar a lei internacional e os direitos humanos ao recusar a entrada de refugiados no país. Segundo a Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados, da qual Roma é signatário, os países podem recusar a entrada de imigrantes pelas suas fronteiras, porém não podem devolvê-los ao seu país de origem ou rota de trânsito se estes representam ameaça para suas vidas.
A Itália é o principal ponto de entrada na Europa de refugiados vindos da África e acusa outros países do continente de não dividirem as responsabilidades diante da crise migratória dos últimos anos.
(Com EFE)