Rachele Mussolini, neta do ditador italiano Benito Mussolini, foi a candidata mais votada para vereadora da Câmara Municipal de Roma nas eleições realizadas em 3 e 4 de outubro. Candidata pelo partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), ela foi reeleita após ganhar seu primeiro mandato em 2016.
O FdI obteve 17,42% dos votos nas eleições municipais, tornando-se o partido mais popular de Roma. Rachele recebeu mais de 8.200 votos – 657 a mais do que nas eleições de 2016, de acordo com o jornal britânico The Guardian.
Comandado pela popular deputada Giorgia Meloni, o FdI é anti-imigração, eurocético e contra a exigência de certificados de vacinação pelo comércio. O partido já aparece na liderança das pesquisas de âmbito nacional e está à direita até da Liga, legenda ultranacionalista de Matteo Salvini.
O candidato a prefeito pelo partido, o advogado e locutor de rádio Enrico Michetti, recebeu 30,14% dos votos nas eleições. Ele disputará o segundo turno contra o social-democrata Roberto Gualtieri, ex-ministro da Economia.
Rachele é filha do músico de jazz Romano Mussolini, quarto herdeiro de Benito Mussolini e Rachele Guidi. Sua irmã, Alessandra Mussolini, também entrou para a política e foi senadora pela extrema direita, mas hoje defende causas progressistas, como a criminalização da homofobia e da transfobia.
Segundo a candidata, seu sucesso deve ser atribuído ao seu bom trabalho como vereadora e não ao seu sobrenome. “Aprendi a conviver com meu sobrenome desde criança ”, disse ao jornal La Repubblica. “Tenho muitos amigos na esquerda e tenho certeza que um deles votou em mim”.
Ao ser questionada sobre seu avô, Rachele diz que o fascismo “deve ser entregue à história”.