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Nigéria impõe toque de recolher para conter protestos contra governo

Pelo menos 13 pessoas morreram em manifestações contra inflação em meio a pior crise econômica do país em décadas

Por Da Redação
2 ago 2024, 15h52

Um toque de recolher de 24 horas foi imposto nesta sexta-feira, 2, no norte da Nigéria em meio a protestos violentos contra a inflação e ao que descrevem como má gestão da economia pelo governo. As manifestações já deixaram pelo menos 13 mortos em todo o país.

Os moradores dos estados de Kano, Jigawa, Yobe e Katsina receberam ordens para que não saiam de suas casas durante a sexta-feira, uma tentativa do governo de evitar mais um dia de protestos.

As autoridades alegam que o toque de recolher é necessário porque “bandidos” se aproveitam do movimento de rua para roubar e vandalizar propriedades. Segundo a polícia, 269 pessoas foram presas após saquearem um armazém perto da casa do governador de Kano.

Protestos mortais

Os protestos de quinta-feira 1°, sob o slogan #EndBadGovernanceInNigeria (“acabe com a má gestão na Nigéria”, em tradução livre), foram marcados por confrontos entre manifestantes e policiais em diversas cidades do país. 

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A polícia atirou balas de borracha contra a multidão e usou gás lacrimogêneo para dispersar os protestos na capital Abuja e na cidade de Kano, no norte do país. Nesta sexta-feira, os manifestantes voltaram às ruas nas principais cidades do país.

Pelo menos 13 pessoas foram mortas nos protestos, de acordo com o grupo de direitos humanos Anistia Internacional. “Nossas descobertas, até agora, mostram que as forças de segurança nos locais onde vidas foram perdidas usaram deliberadamente táticas projetadas para matar enquanto lidavam com reuniões de pessoas que protestavam contra a fome e a pobreza profunda”, escreveu o órgão no X, antigo Twitter.

O chefe da polícia da Nigéria, Kayode Egbetokun, por sua vez, rejeitou as acusações e citou um número de vítimas bem menor – apenas quatro mortos por uma “explosão”. Ele acrescentou que “colocou todas as unidades em alerta vermelho” para responder a “ameaças à segurança e ordem pública”.

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Crise econômica

Os protestos ocorrem em meio à pior crise econômica na Nigéria em décadas, provocada por um conjunto de reformas econômicas aprovadas pelo presidente do país, Bola Tinubu, a fim de cortar as despesas do governo.

A inflação do setor alimentar ultrapassa os 40% e o preço da gasolina duplicou após Tinubu retirar os subsídios aos combustíveis. O aumento do preço dos produtos importados também fez subir o custo dos medicamentos, afetando milhões de pessoas no país mais populoso da África.

Sindicatos nigerianos convocaram várias greves em todo o território, pedindo um aumento dos salários para acompanhar a inflação.

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