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Nobel da Paz, Muhammad Yunus toma posse como líder interino de Bangladesh

Ele assume o poder após presidente Mohammed Shahabuddin dissolver Parlamento por renúncia da primeira-ministra Sheik Hasina, que fugiu após protestos no país

Por Da Redação Atualizado em 8 ago 2024, 16h51 - Publicado em 8 ago 2024, 16h41

O vencedor do Nobel da Paz, Muhammad Yunus, foi empossado nesta quinta-feira, 8, como líder interino de Bangladesh. Ele assume o poder após o presidente bengalês, Mohammed Shahabuddin, dissolver o Parlamento em razão da renúncia da primeira-ministra Sheik Hasina, que fugiu do país em meio às manifestações contra o governo lideradas por estudantes.

Yunus, que é economista e banqueiro, chegou a Bangladesh nesta quinta-feira, depois de um período na França para receber tratamentos médicos, e foi recebido no aeroporto internacional Hazrat Shahjalal na capital, Daca, pelo chefe militar Waker-Uz-Zaman e líderes da Marinha e da Força Aérea. Ainda no aeroporto, ele disse que deseja restabelecer a “a lei e a ordem” no país.

A posse foi iniciada com um minuto de silêncio pelos centenas de mortos nos protestos, que derrubaram o regime autocrático de 15 anos de Hasina. Entre os 1.500 convidados, estavam políticos, estudantes, coordenadores de protestos, membros das Forças Armadas e representantes da sociedade civil. Diplomatas do Reino Unido, Japão, China, Filipinas, Irã, Argentina, Catar, Emirados Árabes Unidos e Holanda também marcaram presença.

No evento, novos integrantes do governo prestaram juramento, como o ativista de Direitos Humanos Adilur Rahman Khan, preso pela antiga administração. Em discurso, Yunus prometeu “proteger o país da desordem” e prestou uma homenagem a Abu Sayeed, um estudante de 25 anos que foi morto a tiros pela polícia durante manifestação, o definindo como “um jovem incrivelmente corajoso”. 

+ Nobel da Paz assume governo interino em Bangladesh

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Situação em Bangladesh

O novo gabinete será anunciado esta noite, durante cerimônia de juramento. Na ausência de um governo formado, saques e depredações persistiram nesta quinta-feira, informou o jornal indiano The Hindu. O Exército bengalês e agências policiais se comprometerama aplicar duras medidas para impossibilitar ataques em andamento em diferentes partes do país.

A série de manifestações contra o governo teve início quando um movimento estudantil começou a denunciar as cotas de admissão para cargos públicos, algo considerado arbitrário pelo grupo. As vagas são reservadas a famílias de veteranos da guerra de independência de Bangladesh, de 1971, e se tornaram um meio de reservar posições para aliados dos partidos governistas. Os protestos, então, escalaram para um levante mais amplo contra o governo, que culminou na queda da premiê.

Apesar da insatisfação popular, Sajeeb Wazed Joy, filho de Hasina, prometeu nesta quarta-feira, 7, que sua família e o partido Liga Awami continuariam presentes na política nacional. No início desta semana, ele chamou os estudantes de “muito ingratos”. Acreditava-se que Joy substituiria a mãe no poder na cultura política dinástica de Bangladesh.

 

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