Trump nomeia genro para a Casa Branca e é acusado de nepotismo
Especialistas em ética questionam se o papel de Kushner no novo governo não violará a lei federal antinepotismo
Jared Kushner, genro do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, será nomeado assessor sênior da Casa Branca. A nomeação ainda não foi oficializada, mas já está provocando um debate sobre a legalidade da medida. Para muitos, o novo emprego do genro de Trump contraria uma lei federal que proíbe o nepotismo, ou seja, a concessão de postos no governo para parentes. Mas o advogado de Kushner, Jamie Gorelick, afirmou que não há barreira legal para que ele sirva como assessor da Casa Branca.
Especialistas em ética questionam se o papel de Kushner no novo governo não violará a lei federal antinepotismo e como ele separará seus negócios na área imobiliária para evitar conflitos de interesses. Segundo fontes, sua nomeação deverá ser formalmente anunciada até o fim da semana. A lei de 1967, criada depois que o presidente John F. Kennedy nomeou seu irmão como secretário de Justiça, proíbe funcionários públicos de contratar membros da família para agências que eles comandam.
Em entrevista à rede de televisão CBS News, Gorelick disse que a lei contra o nepotismo é anterior a outra lei que dá ao presidente norte-americano “poder irrestrito” para contratar quem ele quiser. Além disso, o advogado afirmou que a lei contra o nepotismo só se aplica às agências executivas americanas e não aos postos de trabalho existentes na Casa Branca.
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Kushner é casado com Ivanka, a filha do presidente eleito. Desde a eleição, ele foi um dos principais assessores da equipe de transição para contatos com governos estrangeiros. Ele já fez contatos com autoridades israelenses e, na semana passada, encontrou-se com o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Boris Johnson. No plano interno, ele também se reuniu com os líderes do Congresso e ajudou a entrevistar candidatos para trabalhar no gabinete do presidente eleito.
Ivanka Trump, que também desempenhou papel importante como assessora de seu pai durante a campanha presidencial, não vai assumir uma posição formal na Casa Branca, informou o gabinete de transição. Ela tem três filhos pequenos e seus planos imediatos estão se concentrando na mudança da família de Nova York para Washington.
(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)