O chefe do sistema escolar da cidade americana de Nova York, Richard Carranza, comunicou nesta quarta-feira, 18, que todas as escolas públicas devem fechar novamente a partir da quinta-feira, 19. As escolas foram reabertas a menos de oito semanas, depois de meses de ensino remoto por conta da pandemia do novo coronavírus.
A medida foi tomada depois que a taxa média de sete dias dos testes positivos para a Covid-19 ultrapassou 3%. O limite é relativamente conservador, visto que vários estados adotaram níveis mais altos. No próprio estado de Nova York, o governador Andrew Cuomo determinou que as escolas só fechariam quando a taxa chegasse a 9%, enquanto Iowa definiu o limite em 15%.
“A partir desta manhã, 18 de novembro, a cidade atingiu o limite de testes positivos em toda a cidade e, como resultado, o Departamento de Educação fechará temporariamente todos os prédios de escolas públicas para ensino presencial, na quinta-feira, 19 de novembro”, disse Carranza em um e-mail enviado aos diretores escolares na tarde de quarta-feira. O prefeito, Bill de Blasio, confirmou a notícia em um tuíte.
New York City has reached the 3% testing positivity 7-day average threshold. Unfortunately, this means public school buildings will be closed as of tomorrow, Thursday Nov. 19, out an abundance of caution.
We must fight back the second wave of COVID-19.— Mayor Bill de Blasio (@NYCMayor) November 18, 2020
Além de ser o revés mais significativo para o retorno das atividades da cidade desde o início do ano, quando Nova York foi epicentro global da pandemia, a decisão é um grande baque para De Blasio. Seus esforços para reabrir salas de aula, um “imperativo moral e um passo vital” na recuperação da cidade, segundo o prefeito, fez dele pioneiro do retorno ao ensino presencial.
Agora, a volta ao ensino remoto vai afetar cerca de 300.000 crianças que já estavam tendo aulas regulares. Também deve criar problemas para os pais que trabalham enquanto seus filhos estão estudando, destaca o jornal americano The New York Times. Pais enfurecidos pressionam o prefeito e o governador para que o ensino presencial seja sua maior prioridade.
O Times também afirma que as escolas não parecem ser responsáveis pelo aumento dos casos na cidade, já que o número de infecções nesses ambientes permanece baixo desde a reabertura, em setembro. De 16.348 funcionários e alunos testados aleatoriamente pelo sistema escolar na primeira semana do regime de testes, houve apenas 28 resultados positivos: 20 funcionários e oito alunos.
Mesmo assim, Nova York decidiu fechar as escolas – ainda permitindo que bares, restaurantes e academias permaneçam abertos com capacidades reduzidas. Além disso, trabalhadores não essenciais continuam a usar o transporte público para se deslocar para escritórios. A dinâmica é oposta na Europa, onde novos lockdowns fecharam bares, restaurantes, teatros e outros negócios, enquanto as escolas permaneceram abertas.
Nova York abriga o maior sistema escolar do país, com 1.800 escolas e 1,1 milhão de alunos. Desde o início do ano, as crianças matriculadas em escolas públicas e suas famílias – a maioria de baixa renda e negras ou latinas – lidaram com o ensino remoto durante oito meses.
O prefeito de Nova York disse que o fechamentos das escolas será temporário, mas advertiu a reabertura não aconteceria automaticamente após a taxa de testes positivos ficar menor que 3%, já que alternar a cada poucos dias entre o regime presencial e a distância pode prejudicar as crianças. De Blasio sugeriu que a volta deve esperar até que o número se estabilizasse em um índice menor.