Novo livro sobre Trump revela encontro secreto com jornalistas
Obra do jornalista Howard Kurtz descreve como o presidente americano enxerga a imprensa e conta que ele gosta de cultivar bons relacionamentos com a mídia
Um novo livro promete desvendar um lado desconhecido do presidente americano, Donald Trump: o seu relacionamento com a imprensa. Media Madness: Donald Trump, The Press and The War Over the Truth (em tradução livre, Loucura da Mídia: Donald Trump, A Imprensa e a Guerra Sobre a Verdade), do experiente jornalista Howard Kurtz, chega às livrarias nesta segunda-feira com revelações da forma como o republicano se informa e o que ele acha da mídia tradicional.
Uma das revelações de Kurtz, que é apresentador e ocupa um cargo de crítico da imprensa na rede Fox News, é que, apesar do relacionamento conturbado com muitos profissionais da mídia, Trump gosta de alguns deles a ponto de se encontrar secretamente com os mesmos e de abrir a eles acesso sem precedente aos bastidores da Casa Branca. Kurtz trabalhou por três décadas no The Washington Post e hoje está em uma das redes de TV alinhadas com o Partido Republicano.
O livro não foi ainda divulgado oficialmente, mas alguns jornais estrangeiros já obtiveram acesso a ele, como o americano The Washington Post e o inglês The Guardian. Outra revelação é que Trump mede a fidelidade de assessores próximos pela maneira como estes o defendem em programas de televisão e que tem o costume de chamá-los para cumprimentar quando isso acontece. E que, apesar de ser um usuário frequente do Twitter, o republicano não costuma ficar muito tempo navegando no telefone celular.
Trump começa o dia com quatro jornais (ainda que não seja possível saber qual o seu grau de dedicação à leitura): The New York Times, The Washington Post, The Wall Street Journal e o New York Post. Ele costuma assistir às entrevistas coletivas diárias concedidas na Casa Branca e se informa também por meio de notícias selecionadas – e mostradas em seu celular – pela diretora de Comunicações da Casa Branca, Hope Hicks. Ex-modelo e atriz, Hicks se tornou em setembro passado, então com 28 anos, a mais jovem profissional a ocupar o cargo ao ser nomeada para substituir Anthony Scaramucci.
O livro, portanto, não contradiz em boa parte a versão de Trump exposta pelo também jornalista Michael Wolff em seu livro Fogo e Fúria – Por Dentro da Casa Branca de Trump, que foi lançado no início deste ano. A obra, que foi classificada pelo presidente americano como um fake book, descreve um Trump que seria avesso à leitura, incapaz de formular raciocínios simples com causa e consequência e que se informa essencialmente por meio da TV.