Número de chegada de imigrantes irregulares dobra na Espanha em 2023
Dados divulgados pelo governo espanhol refletem alto fluxo registrado nas Ilhas Canárias

Cerca de 57.000 pessoas chegaram de forma irregular à Espanha ao longo do ano de 2023, de acordo com dados oficiais divulgados nesta quarta-feira, 3. O número é quase duas vezes maior do que os registros de 2022, num resultado claro dos níveis recordes atingidos pela intensa atividade migratória nas Ilhas Canárias.
Em 2023, as frágeis embarcações que aportaram por lá levavam em grande maioria migrantes da África Ocidental. Na tentativa de reverter a alta, o governo espanhol se aproximou de países como Senegal e Mauritânia, montando alojamentos emergenciais em quarteis militares, hotéis e albergues.
O aumento anual de 82% é o número mais elevado desde 2018, quando foram registadas 64.298 chegadas, de acordo com os dados do Ministério do Interior. Somente nas Ilhas Canárias 39.910 pessoas foram contabilizadas, num aumento de 154% em relação ao ano anterior e superando o recorde anterior do arquipélago de 2006, de 31.678.
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A virada de ano não impediu a continuidade do fluxo de migrantes. Nesta segunda-feira, 1, em torno de 287 indivíduos adentraram as cinco ilhas, de acordo com informações dos serviços de emergência regionais.
A ministra das Migrações, Elma Saiz, disse a autoridades do arquipélago que elas “não estão sozinhas” ao lidar com a situação, durante uma visita ao local nesta terça-feira. Ela traçou elogios ao novo acordo de migração da União Europeia, assinado em dezembro, que busca limitar as entradas e tratar de forma mais igual os custos e trabalhos de acolhimento.
As Ilhas Canárias ficam a cerca de 100 quilômetros da região costeira no noroeste da África, o as tornaram um dos destinos preferidos aos migrantes que almejam chegar no continente europeu.