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O drama de uma família brasileira na Faixa de Gaza

Hasan Rabee, palestino naturalizado brasileiro, fala sobre sobre os bombardeios, a falta de comida e as mortes na Faixa de Gaza

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 nov 2023, 11h06 - Publicado em 4 nov 2023, 09h45
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  • Hasan Rabee com a família na Faixa de Gaza -  (REPRODUÇÃO/Reprodução)

    Hasan Rabee, 30 anos, é vendedor de uma loja em São Paulo há nove anos, desde que conquistou cidadania brasileira. Pouco antes da guerra entre Israel e o Hamas, ele tinha viajado com a esposa e as duas filhas menores para a Faixa de Gaza. O local onde ele estava com a família foi bombardeado e, agora,  eles, como muitos, tentam, sem sucesso, voltar ao Brasil.  O palestino, que fez um apelo ao presidente Lula, diz que falta comida, combustível e que já perdeu 18 parentes.

    Você e sua família estão na lista dos brasileiros que tentam sair de Gaza? Nenhum brasileiro vai sair da Faixa de Gaza se o governo brasileiro ficar dormindo. Eu falei com o presidente Lula pessoalmente. Ele falou que vai ajudar a nos levar para o Brasil. Mas até o momento não há confirmação, já que é necessária a autorização de Israel. Sem autorização de Israel, não existe saída. Quem manda no Egito é Israel, se falar ‘abre’, eles abrem. Se falar ‘fecha’, fecham.

    Como é viver sob bombardeiros? Terrível. As crianças vivem assustadas por causa das bombas, e à noite a gente nem consegue dormir. Os bombardeiros à noite ficam ainda mais violentos. Não existe um aviso antecipado de Israel para jogar bomba. Também não existem bunkers na Faixa de Gaza para nos escondermos das bombas. A gente fica num apartamento normal. Não tem abrigos, não tem nada aqui. Todos os dias acordamos com a esperança de sair daqui, viajar e voltarmos para o Brasil, mas infelizmente isso não acontece.

    Você perdeu familiares e amigos nos bombardeiros de mísseis de Israel? Perdi primos, esposas deles, filhos deles, netos deles, a família inteira foi morta. Perdi um total de 18 parentes. O que Israel está fazendo é um massacre. Já são 24 dias de guerra e você não encontra quase nada nos mercados. Pior que tudo isso, gás para cozinha não acha. Mesmo que você tenha os mantimentos, não tem jeito de fazer certas comidas sem gás.  Não existe mais carro aqui, por causa do corte do combustível. A gente anda no cavalo, anda em carrinho puxado por burros. A tal ajuda humanitária que falam, que entra pelo Egito, eu nunca vi. Consegui comprar um botijão de gás de cozinha no mercado negro dez vezes mais caro que o preço normal. Chegamos ao limite de beber água salgada na torneira. A água não é tratada. Ficamos 8 dias bebendo água salgada. Não há energia elétrica há 24 dias, direto.

    Vocês percebem a ação dos terroristas do Hamas? Como é que você vai ver eles? Você não vê ninguém.  Vi aqui que mataram mais de 50 pessoas para atingir um cara do Hamas. Juro por Deus, 50 mortos para conseguir um cara do Hamas e, ao que parece, ele foi ferido, ferida leve. Eles falam em guerra contra o Hamas, mas o que estão fazendo é limpeza étnica.  Isso é terrível.

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