A morte do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, na segunda-feira 12, levantou dúvidas sobre o que vai acontecer com a sua fortuna de US$ 7,4 bilhões, ou R$ 35 bilhões, em investimentos que vão desde imóveis e bancos até grupos de mídia e times de futebol. O magnata não deixou nenhuma indicação pública sobre quem assumiria seu império, que é intimamente ligado a uma carreira política de três décadas.
O ex-primeiro-ministro italiano teve dois filhos, Marina e Pier Silvio, com sua primeira esposa, Carla Elvira Dall’Oglio, e três, Barbara, Eleonora e Luigi, com sua segunda esposa, Veronica Lario. É esperado que sua fortuna seja dividida igualmente entre os filhos para evitar o tipo de disputa que aconteceu com outras famílias italianas abastadas, como os Agnelli, fundadores da Fiat.
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“Existem aqueles que acreditam que querem liquidar os ativos, pegar o dinheiro e fugir”, disse Francesco Galietti, fundador da Policy Sonar, uma consultoria em Roma, ao jornal britânico The Guardian. “E aqueles que pensam o contrário. Uma coisa é certa: eles precisarão de tempo para sentar e considerar suas opções”.
Para analistas, a filha Marina, que é presidente da holding da família, a Fininvenst, deveria começar a liderar. Pier Silvio é vice-presidente da empresa de TV Mediaset, enquanto os três irmãos mais novos detêm participações na Fininvest, mas não têm papéis importantes nos negócios.
A vasta riqueza de Berlusconi inclui o clube de futebol AC Monza, propriedades, iates e obras de arte, mas o principal ativo é a Mediaset, a maior emissora comercial da Itália e veículo para seu domínio do debate nacional. Os herdeiros vão fazer questão de proteger a empresa de uma aquisição hostil, semelhante à tentada pela Vivendi na França em 2016.
Além disso, manter boas relações com o governo da primeira-ministra Giorgia Meloni vai ser crucial. O partido Forza Italia, que era liderado por Berlusconi, é um membro da coalizão governista e os irmãos também vão querer preservar o partido e seus interesses comerciais.
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Uma fonte próxima a Berlusconi que o viu 10 dias antes de sua morte, quando ele certificou seu testamento, disse que “todos foram cuidados”, incluindo as ex-esposas de Berlusconi.