Uma onda de calor na Rússia elevou os termômetros em Moscou para 32,7°C nesta quarta-feira, 4, de forma a quebrar o antigo recorde de temperatura mais quente, datado de 1917, informou o centro meteorológico FOBOS. Trata-se de uma brusca mudança em comparação ao gélido inverno russo, quando são registrados até -40°C na capital. Segundo o instituto, a temperatura extrema “não mostra sinais de fim” e avança para o quarto dia consecutivo.
Cidades situadas desde a costa do Pacífico até as partes europeias da Rússia também registraram temperaturas inéditas, como na vila de Mamakan, no sudeste da Sibéria, que registrou 38,7°C. O episódio, como consequência, culminou no aumento da demanda nacional por todo tipo de refresco. Ares-condicionados e ventiladores estão sendo usados a todo vapor, enquanto sorvetes e bebidas geladas estão em alto nível de consumo.
Frente ao evento climático extremo, o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, recomendou que habitantes da metrópole, que soma 20 milhões de habitantes, evitem sair de casa em horários de pico ao longo do dia. Em uma tentativa de evitar que a desidratação dos moradores de Moscou, água também foi distribuída no metrô e em trens da cidade, pouco afeita ao calor intenso.
Além disso, o clima quente e seco aumenta a preocupação com incêndios florestais pelo país, já registrados na região de Zabaykalsky, no Extremo Oriente. Os dias consecutivos de calorão no início de julho rendeu ao mês o título de “o mais quente de toda a era do aquecimento global” por meteorologistas russos.
+ Mudança climática deixou ondas de calor mortais 35 vezes mais prováveis
Ondas de calor mais prováveis
A Rússia não está sozinha no rol de países afetados pelas altas temperaturas. As mudanças climáticas causadas pelo homem já tornaram ondas de calor mortais 35 vezes mais prováveis nos Estados Unidos, no México e na América Central, de acordo com uma pesquisa da organização World Weather Attribution (WWA), publicada em junho. De acordo com o estudo, a queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas, como o desmatamento e a agricultura industrializada, são os principais responsáveis pelo aumento da frequência e intensidade do calor extremo.
Além disso, a falta de uma ação política significativa para eliminar os combustíveis fósseis tornará as ondas mortais “muito comuns em um mundo 2ºC mais quente”, completou o texto. Em reflexo, poderão provocar doenças cardiovasculares, respiratórias e renais, além de ameaçar a estabilidade do fornecimento de energia elétrica, essencial para o funcionamento das instalações de saúde.