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ONU: China promete ‘luta’ contra acusação de violação de direitos humanos

Ameaça ocorre enquanto estados membros da ONU se reúnem em Genebra para discutir ação após relatório sobre abuso de uigures em Xinjiang

Por Da Redação
23 set 2022, 10h01
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  • Um enviado chinês às Nações Unidas alertou seus estados membros nesta sexta-feira, 23, que Pequim está pronta para uma “luta”, em meio à pressão por uma ação global contra a China por seus abusos de direitos humanos em Xinjiang.

    A ameaça segue a divulgação de um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que concluiu que o governo provavelmente estava cometendo crimes contra a humanidade com seus abusos contra muçulmanos uigures em Xinjiang.

    Um porta-voz do governo de Xinjiang, Xu Guixiang, está liderando uma delegação chinesa a Genebra, onde o conselho de 47 estados membros – incluindo China e Estados Unidos – se reunirá, sob pressão para tomar medidas substanciais sobre o relatório. Pequim negou veementemente as acusações e rejeitou quaisquer planos para o que chama de “interferência externa”.

    “Se algumas forças da comunidade internacional – ou mesmo forças anti-China – fizerem as chamadas ‘moções relacionadas a Xinjiang’ ou as chamadas ‘resoluções’, não teremos medo”, disse Xu. “Tomaremos contramedidas e lutaremos.”

    + UE anuncia sanções contra China por abusos de direitos humanos em Xinjiang

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    No entanto, Xu pareceu reconhecer as críticas de alguma forma, dizendo que a situação dos direitos humanos em Xinjiang “está em processo de melhoria e fazendo mais esforços”, mas ele acrescentou que “não existe a violação massiva dos direitos humanos, conforme reivindicado pelo relatório”.

    Os Estados Unidos declararam que as ações do governo chinês em Xinjiang se configuram como genocídio. O relatório das Nações Unidas é o mais recente conjunto de evidências da repressão às minorias étnicas no país, incluindo a detenção em massa de cerca de 1 milhão ou mais de indivíduos.

    + Biden proíbe importações de Xinjiang, na China, por trabalho forçado

    Pequim alega que as instalações de detenção – das quais inicialmente negou a existência – eram centros de educação e treinamento vocacional que fecharam depois que os estudantes “se formaram”. Entre as recomendações do relatório está a identificação do paradeiro e bem-estar de todos os detidos.

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    Em uma conferência na semana passada, Fernand de Varennes, o relator especial das Nações Unidas para questões minoritárias, sugeriu que a credibilidade da organização internacional estava em jogo mediante seu próximo passo no relatório.

    “Se você permitir que qualquer país fique impune em relação a crimes contra a humanidade em relação a minorias, isso abre a porta para potenciais genocídios”, disse Varennes.

    “Temos que lembrar que as Nações Unidas nem sempre foram muito boas em prevenir o genocídio no passado. Aqui talvez tenhamos a oportunidade de fazer algo muito mais proativo. Caso contrário, vamos preparar o terreno, acho, para desdobramentos infelizes.”

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