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Para ONU, comentário de Trump sobre Haiti e África é racista

Presidente chamou os países de “pocilga” e questionou porque os EUA ainda recebiam imigrantes desses lugares

Por Da redação
Atualizado em 12 jan 2018, 16h52 - Publicado em 12 jan 2018, 11h49
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  • O oficial de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) considerou como racista e xenofóbico o comentário de Donald Trump sobre o Haiti e os países africanos. Durante uma reunião sobre a nova lei de imigração, o presidente dos Estados Unidos utilizou o termo pejorativo “shithole, que poderia ser traduzido para “pocilga” ou “países de merda”. O comentário surpreendeu congressistas e foi revelado pelo jornal americano Washington Post.

    Durante a reunião, que aconteceu na última quinta-feira, Trump se frustrou com congressistas quando eles propuseram o restabelecimento de proteções para imigrantes vindos de Haiti, El Salvador e países da África como parte da nova lei de imigração. “Por que estamos aceitando toda essa gente vinda dessas ‘pocilgas’ aqui?” e em seguida sugeriu que os Estados Unidos deveriam receber mais imigrantes da Noruega.

    O comentário gerou indignação e foi considerado racista por Rupert Colville, porta-voz de direitos humanos da ONU. “Estes são comentários chocantes e vergonhosos do presidente dos Estados Unidos. Não há outra palavra que se possa usar que não seja ‘racista’”, disse em um boletim informativo de Genebra.

    “Trata-se de abrir a porta para o pior lado da humanidade, sobre validar e encorajar o racismo e a xenofobia que potencialmente perturbarão e destruirão vidas de muitas pessoas”, acrescentou, classificando a palavra como “linguagem vulgar”.

    Congressistas dos partidos Democrata e Republicano condenaram o comentário do presidente. A republicana Mia Love, de Utah, filha de imigrantes haitianos, classificou as palavras de Trump como “insensíveis, divisoras, elitistas e vão contra os valores da nossa nação”.

    A União Africana disse estar “francamente alarmada” pela linguagem do presidente. “Dada a realidade histórica de quantos africanos chegaram aos Estados Unidos como escravos, essa afirmação é um ‘tapa na cara’ diante de todos os comportamentos e práticas aceitos”, afirmou a porta-voz da união à Associated Press.

    O ex-presidente haitiano, Laurent Lamothe, publicou no Twitter que as palavras são totalmente inaceitáveis e acrescentou que Trump “mostrou uma grande falta de respeito e ignorância nunca vistas antes em qualquer presidente da história recente dos Estados Unidos”.

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    A Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor Negras (NAACP, na sigla em inglês), chamou o comentário de “racismo insensível” e em nota afirmou que “a decisão de usar uma palavra vulgar para descrever os países africanos, centro-americanos e caribenhos não só representa uma baixa qualificação desse presidente como também é um marco negativo para nossa nação”.

    No Twitter, o presidente americano negou que esta tenha sido a palavra utilizada durante a reunião. A Casa Branca ainda não se pronunciou sobre o caso.

    (Com Reuters)

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