Abusos do Exército contra minoria mulçumana levaram a fuga de pelo menos 700.000 pessoas para Bangladesh desde agosto de 2017
Por Da Redação
6 jun 2018, 21h39
A ONU anunciou nesta quarta-feira (6) que assinou um acordo com Mianmar para ter acesso às regiões de onde são naturais os refugiados da minoria rohingya, alvo de operações do Exército birmanês.
As agências das Nações Unidas vão começar avaliando a situação no estado de Rakine, região no oeste do país onde os abusos contra essa minoria começaram, levando pelo menos 700.000 pessoas a fugirem de Mianmar desde agosto de 2017.
“O trabalho até agora foi para abrir a porta”, explicou à agracia de notícias AFP o coordenador humanitário da ONU naquele país, Knut Ostby.
O documento assinado nesta quarta-feira com as autoridades birmanesas é um acordo que levou meses para ser preparado e não inclui detalhes específicos, ressaltou.
Giuseppe De Vincentiis, representante em Mianmar da Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), afirmou que a primeira fase, a da avaliação da situação, será concluída nos próximos meses.
Mas, acrescentou, será necessário esperar bastante tempo antes de uma repatriação em massa dos refugiados rohingyas.
Após a visita a Mianmar no início de maio de uma delegação do Conselho de Segurança da ONU, o órgão observou que as autoridades locais concordaram em investigar as acusações de atrocidades cometidas contra os rohingyas.
A ONU chegou a afirmar, no ano passado, que a repressão sistemática e generalizada à qual o Exército birmanês submeteu os rohingyas tem “elementos de genocídio“.
A perseguição à minoria muçulmana é histórica, porém a crise se acentuou em meados de agosto, quando o Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA) atacou postos das forças de segurança birmanesas. Em resposta, o Exército e polícia de Mianmar organizaram uma devastadora repressão.
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