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ONU escolhe Santos Cruz para investigar crimes de guerra na Ucrânia

Anúncio do nome do general da reserva e ex-ministro de Bolsonaro foi feito pelo secretário-geral António Guterres

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 ago 2022, 15h46 - Publicado em 18 ago 2022, 15h25

O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro, foi escolhido pelas Nações Unidas para liderar uma missão de apuração de possíveis crimes de guerra na Ucrânia.

O anúncio do nome do militar brasileiro foi feito pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, durante uma conversa com jornalistas ao lado do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, na cidade de Lviv, nesta quinta-feira, 18.

“Decidi estabelecer uma missão para apurar os fatos (…)  É minha intenção nomear o General Carlos dos Santos Cruz do Brasil para liderar esta missão”, disse Guterres. Segundo ele, Santos Cruz é um “oficial respeitado com mais de 40 anos de experiência nacional e internacional em segurança pública e militar, inclusive como comandante de operações de manutenção da paz da ONU”.

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Na Ucrânia, Santos Cruz será encarregado de investigar os fatos sobre uma explosão em um centro de detenção na região de Donetsk que deixou dezenas de mortos no final de julho. A missão de apuração de fatos foi um pedido dos governos da Ucrânia e da Rússia à ONU, à medida que ambos os lados falam de crimes de guerra e trocam acusações sobre autoria.

Os soldados ucranianos foram presos após o cerco a Mariupol, na Ucrânia, onde mais de 2.400 pessoas se abrigaram na gigante siderúrgica Azovstal. A resistência do grupo se tornou um símbolo da luta ucraniana contra a invasão russa, aguentando por quase três meses antes de render-se em maio.

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Muitos soldados ucranianos foram levados para prisões em áreas controladas pela Rússia, como a região de Donetsk, uma área separatista no leste da Ucrânia que é administrada por autoridades separatistas apoiadas pela Rússia. Alguns retornaram à Ucrânia como parte de trocas de prisioneiros com a Rússia. Outros estão desaparecidos.

O governo russo afirma que o local, onde estavam prisioneiros militares ucranianos, poderia ter sido atacado por Kiev para impedir que eles revelassem informações sensíveis. A Ucrânia, por sua vez, afirma que se trata de um “crime de guerra deliberado” por parte de Moscou.

O general já comandou duas missões de paz das Nações Unidas, a Minustah, no Haiti, e a Monusco, na República Democrática do Congo, na África. Ele também produziu um relatório, conhecido como Santos Cruz Report, sobre o funcionamento de missões de paz pelo mundo.

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“Eu fico muito honrado e tenho a certeza de que os companheiros que irão também ser selecionados pelas Nações Unidas são pessoas da mais alta qualidade, e isso é uma grande garantia para o nosso trabalho, para que possamos ter um resultado positivo sobre o assunto que vai ser tratado”, disse o militar à ONU News, agência de notícias da organização. 

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