Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta quinta-feira, determinou que o governo do presidente sírio Bashar Assad foi o responsável pelo ataque com gás sarin na Síria em abril.
“O painel está certo de que a República Árabe da Síria é responsável pelo lançamento de sarin em Khan Sheikhun em 4 de abril de 2017”, diz o documento. O ataque químico matou 80 pessoas neste povoado, situado na província de Idleb, no nordeste da Síria.
As imagens de horror, divulgadas após o ataque, causaram indignação na comunidade internacional e impulsionaram os Estados Unidos a lançar mísseis contra uma base de onde acreditam que foi lançado o ataque.
No mês passado investigadores de crimes de guerra da ONU já haviam dito que tinham evidências de que a força aérea síria estava atrás do ataque mortal com sarin, apesar de Damasco negar reiteradamente sua responsabilidade. Contudo, somente nesta quinta a organização culpou oficialmente o regime de Bashar Assad pela atrocidade.
A Rússia, aliada da Síria, sustenta que o ataque com sarin foi causado principalmente por uma bomba desativada instalada no solo, e não produto de um ataque aéreo do exército.
‘Não existe lugar para Assad’
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou nesta quinta-feira que o presidente Bashar Assad e sua família não possuem papel no futuro da Síria. “Os Estados Unidos querem uma Síria completa e unificada sem nenhum papel para Bashar Assad no governo”, disse a repórteres em Genebra, ao final de uma viagem de uma semana por Arábia Saudita, Catar, Paquistão e Índia.
Tillerson afirmou que o governo Trump apoia as conversas de paz como a única maneira de acabar com a guerra de mais de seis anos e seguir para uma transição política e eleições. Ele falava após conversas com o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, que anunciou que as negociações paralisadas entre o governo sírio e a oposição serão retomadas em Genebra em 28 de novembro.
“O domínio da família Assad está chegando a um fim. A única questão é como isto deveria ser feito”, disse. No início do mandato de Trump, o governo americano sustentava a posição de que era possível começar o processo de transição de governo na Síria ainda com Assad no poder.
(Com AFP e Reuters)