Oposição vence eleições da Polônia, ameaçando poder da extrema direita
A coligação progressista pode melhorar as atualmente tensas relações do país com a União Europeia
Os resultados oficiais da eleição na Polônia mostraram nesta terça-feira, 17, que três partidos da oposição do governo ganharam a maioria dos assentos e, combinados, podem formar uma nova administração pró-União Europeia. A aliança progressista fez campanha contra o partido Lei e Justiça (PiS) e pode significar um ponto de virada para a política externa polonesa.
Questões como a guerra na Ucrânia, imigração e direitos das mulheres dominaram a campanha, e no país onde votar não é obrigatório, mais de 74% dos eleitores foram às urnas.
Sob comando do primeiro-ministro Mateusz Morawiecki, o PiS recebeu o maior número de votos de qualquer partido no último domingo 15, com 35,38%. No entanto, esse valor ainda está aquém da maioria.
De acordo com os resultados das eleições nos distritos eleitorais, divulgados nesta terça-feira, 17, a progressista Coalizão Cívica (KO) ficou em segundo lugar, com 30,70%, enquanto a Terceira Via, de centro-direita, ficou em terceiro lugar, com 14,40%, e a Nova Esquerda teve 8,61% dos votos.
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Os três partidos de oposição devem iniciar conversas sobre a formação de uma coligação. Enquanto isso, o Pis pode tentar negociar o apoio de uma outra legenda para formar um governo, embora seu sucesso pareça pouco provável porque a Confederação de Extrema Direita, o único partido que provavelmente se aliaria ao PiS, teve um desempenho abaixo das expectativas, com apenas 7,16% dos votos.
Especialistas acreditam que ter uma coligação progressista no poder significaria uma mudança política na Polônia, contrariando a corrente nacionalista de linha dura da administração atual. Hoje, o governo tem uma relação tensa com a União Europeia, estando em constante disputa com Bruxelas.
O grande nome da aliança progressista é o ex-primeiro-ministro Donald Tusk, que se comprometeu a reconstruir as relações e desbloquear os fundos europeus que foram congelados devido a um impasse em curso sobre o Estado de direito na Polônia. Ele foi o líder polonês entre 2007 e 2014 e serviu como presidente do Conselho Europeu entre 2014 e 2019.